O líder do SPD, Olaf Scholz, anunciou, nesta quarta-feira, que chegou a acordo com os Verdes e os liberais (FDP) para formar governo na Alemanha.
Os cidadãos e as cidadãs mandataram-nos para construir um governo juntos", afirmou Scholz, em Berlim, citado pela agência France Presse.
Os três partidos vão reunir-se nesta quinta-feira para acertar os detalhes da coligação conhecida como "semáforo".
As declarações do líder dos sociais-democratas surge depois de Annalena Baerbock, dos Verdes, ter anunciado a mesma intenção.
Temos conversado sempre de forma objetiva, construtiva e verdadeira com todos os partidos. Chegámos à conclusão de que é agora lógico continuar as discussões com o SPD e o FDP, com uma procura mais aprofundada de terreno comum".
Também o presidente do FDP, Christian Lindner, antecipou igual cenário.
"Acabo de propor ao senhor Olaf Scholz, de acordo com os Verdes, que nos encontremos amanhã [quinta-feira], para uma discussão entre nós os três, e esta terá lugar", anunciou Lindner.
Depois de terem sido conhecidos os resultados das eleições federais, no dia 26 de setembro, os Verdes e o Partido Democrático Liberal começaram por explorar possíveis linhas de compromisso, antes de iniciarem negociações com o SPD, bem como com a CDU.
No dia 5 de outubro, Annalena Baerbock e Armin Laschet (CDU) apareceram juntos nos holofotes para garantir que a chamada coligação Jamaica estava em cima da mesa e que as negociações estariam a ser “construtivas”.
Também o co-líder dos Verdes, Robert Habeck anunciou na semana passada que, embora seja com o SPD que existem maiores pontos de concordância, a CDU estava “a tentar com afinco” e que uma coligação Jamaica ainda não tinha sido "totalmente rejeitada".
Além disso, uma discussão sobre a partilha de detalhes da reunião da CDU com o liberais no domingo com a imprensa - supostamente do lado da União - fez com que tanto os verdes quanto os líderes do FDP questionassem o profissionalismo do bloco de centro-direita. Pouco antes das negociações de terça-feira, o deputado Cem Özdemir (Verdes) disse que as fugas de informação eram um "sinal de problemas internos de liderança".
O SPD, liderado por Olaf Scholz, venceu as eleições parlamentares alemãs de 26 de setembro, com 25,7% dos votos, enquanto a CDU/CSU, liderada por Armin Laschet, obteve 24,1% dos votos.
Foi o pior resultado eleitoral dos conservadores desde 1949.