“Aqueles que rejeitem os refugiados sírios, principalmente se forem muçulmanos, são os melhores aliados da propaganda e do recrutamento dos grupos extremistas”, disse António Guterres.
Segundo o The Guardian, António Guterres lembrou que mais de 4,3 milhões de sírios já fugiram do país, que é fustigado pela guerra civil há quatro anos, e que essas pessoas, que são vítimas do conflito, não podem ser culpadas pelos atos terroristas.
“Não nos podemos esquecer – apesar da retórica que ouvimos por estes dias – que os refugiados são as primeiras vítimas desse terror e não a sua fonte. Não podem ser culpados por essa ameaça".
Os ataques de 13 de novembro em Paris, que vitimaram 130 pessoas, alimentaram algum receio perante a possibilidade dos terroristas surgirem infiltrados entre os grupos de refugiados, como aconteceu com um dos responsáveis pelos atentados em França. António Guterres não desvalorizou esse receio:
“Claro que há a possibilidade dos terroristas se tentarem infiltrar entre os refugiados. Mas, esta possibilidade existe para todas as comunidades – e a radicalização no seio dos países é de longe a maior ameaça, como todos os acontecimentos recentes têm mostrado”.
No mesmo parece acreditar Hillary Clinton, a candidata democrata às presidenciais dos Estados Unidos afirmou,no sábado, que o Estado Islâmico está a usar a retórica de Donald Trump para recrutar combatentes.