Uma organização não-governamental (ONG) venezuelana afirmou que pelo menos 367 pessoas foram detidas durante protestos que marcaram a greve geral de quinta-feira, convocada pela oposição.
Pelo menos "367 detenções nos protestos", indicou a Foro Penal Venezuelano (FPV) numa mensagem na rede Twitter.
#20Jul 11:30PM: 367 arrestos verificados en contexto de #ParoCivico #Venezuela :Zulia 140, Carabobo 66, Nva Esparta 43, Aragua 24... pic.twitter.com/TeNEvKhAqg
— Alfredo Romero (@alfredoromero) July 21, 2017
A FPV disse tratar-se do segundo maior número de detenções num só dia, desde 19 de abril.
A agência Lusa informou ao início da madrugada que três pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes e polícia.
Entre os detidos está um autarca do partido no poder, que foi detido na quinta-feira por alegada participação em saques de lojas no estado de Arágua, a 100 quilómetros a leste de Caracas, noticiou a imprensa.
Bruyerbi Suárez, presidente do município Mario Briceño Iragorry, foi detido por agentes do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga polícia técnica judiciária), indicou o diário El Nacional.
A detenção ocorreu na sequência de um confronto entre agentes do CICPC e um grupo paramilitar, também denominado "coletivos" [grupos de motociclistas armados afetos ao regime]. No momento da detenção, Bruyerbi Suárez tinha uma arma de fogo, acrescentou.
Diplomata na ONU renuncia ao cargo
Entretanto, o diplomata venezuelano Isaías Medina renunciou ao cargo de Ministro Conselheiro Permanente da Venezuela na ONU e acusou Caracas de violações dos Direitos Humanos.
Numa carta datada de 14 de julho, Medina expressou "divergências irreconciliáveis" com o Governo do Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, e considera a atuação do Executivo "inconstitucional", sublinhando as "sistemáticas violações dos direitos humanos" e "crimes contra a humanidade cometidos contra civis durante os últimos 100 dias".
A Venezuela merece ser um país para manifestar a liberdade de expressão", de respeito "pelo poder originário do povo, para exercer livremente o direito à manifestação pacífica e ao sufrágio", que elege os governantes "livres de coação e onde todos os atos respeitem a Constituição", explicou o diplomata, na mesma missiva divulgada em Caracas.