Anna Duritskaya atravessava com o namorado uma ponte da capital russa, perto do Kremlin, quando Nemtsov foi baleado. Depois da morte do companheiro, a jovem de 23 anos foi impedida de sair da Rússia pelas autoridades.
Uma decisão que a ucraniana contestou, numa entrevista a um canal russo, onde afirmou que que só queria voltar para casa.
Duritskaya garantiu que não viu o atirador, explicando que os disparos aconteceram atrás de si, e que guardou poucas memórias do ataque. Além disso, assegurou que deu às autoridades toda a informação que podia e que, mesmo assim, não a deixavam sair da Rússia por alegadas razões de segurança.
«Eu tenho o direito de sair do território da Federeção Russa. Eu não sou suspeita. […] Sou uma testemunha que deu toda a informação possível para a investigação.»
O funeral de Nemtsov deverá acontecer durante esta terça-feira, em Moscovo.
O russo de 55 anos foi vice-primeiro-ministro do Governo de Boris Yeltsin, em 1990, e era visto como um dos principais opositores do presidente Putin.
Vladimir Putin condenou o homicídio e ordenou a investigação do incidente.
Nemtsov foi baleado pouco tempo depois de solicitar aos ouvintes da rádio Eco, de Moscovo, que participassem, no domingo, num comício da oposição para exigir o fim da guerra na Ucrânia.
No domingo, a marcha reuniu cerca de 70 mil russos que prestaram uma última homenagem a Nemtsov, exibindo retratos do opositor e muitas palavras de ordem: «Não tenho medo» ou «Ele morreu pelo futuro da Rússia».