Pai do atirador de Las Vegas esteve na lista do FBI. Tinham algo em comum - TVI

Pai do atirador de Las Vegas esteve na lista do FBI. Tinham algo em comum

Contabilista reformado de 64 anos disparou, a partir de um quarto de hotel, contra multidão que assistia a um concerto. Ninguém sabe ainda os motivos. Matou quase 60 pessoas e deixou mais de 500 feridas. Estava lá um português

Ninguém consegue ainda perceber - nem a própria família - como é que um contabilista reformado de 64 anos, pai, avô, sem nenhuma ligação com terrorismo ou passado criminal, e sem crenças religiosas ou filiações partidárias, decidiu abrir fogo sobre a multidão que assistia a um concerto de música country, em Las Vegas. A investigação sobre o que levou Stephen Paddock (veja aqui o perfil) a cometer um massacre que vitimou quase 60 pessoas está a decorrer, ainda sem grandes conclusões.

Entre os últimos desenvolvimentos, sabe-se que o pai do atirador, Benjamin Hoskins Paddock, ele sim, esteve na lista dos dez criminosos mais procurados pelo FBI, nos Estados Unidos, nos anos 60. Um homem que foi classificado como psicopata, que assaltou vários bancos em Phoenix e que foi parar à prisão, no Texas, em 1968. Ainda cumpriu oito dos 20 anos de pena, mas fugiu da cadeia. Só em 1978 voltou a ser apanhado, em Oregon e, nessa altura, geria um bingo com outra identidade. Bruce Werner Ericksen era o seu nome falso. 

Este homem, que morreu em 1998, e o filho tinham essa única semelhança visível: parece que ambos gostavam muito do jogo. O atirador de Las Vegas gostava de jogar poker online e escolheu o Mandalay Bay Hotel e Casino para ficar hospedado, a partir de quinta-feira, 28 de setembro. Passou quase todo o tempo no jogo. Não se sabe se ganhou ou perdeu, mas no domingo à noite decidiu disparar a partir do seu quarto, no 32º andar, onde foram encontradas 23 armas e munições.

O irmão do atirador de Las Vegas, Eric Paddock, garantiu contudo à CNN que Stephen nasceu quando o seu pai estava fugido e que nunca tiveram qualquer relação.

Eu não o conhecia. Não o conhecíamos. Ele nunca esteve com minha mãe"

Uma série de armas, munições e explosivos

A família diz-se "completamente confusa" sobre o que terá levado Stephen Paddock a cometer tal atrocidade. Mais, o irmão até garante que ele era multimilionário. 

Stephen Paddock vivia com a namorada, em Mesquite, no Nevada, a 150 km de Las Vegas, numa zona onde vivem reformados e veteranos de guerra. Tinha licença de piloto e gostava de caçar.  

Falta saber porque razão dediciu ausentar-se aqueles dias da sua cidade. Pela quantidade de armas encontradas dentro do quarto de hotel, a tese de que premeditou o massacre é uma das pistas da investigação.

As autoridades norte-americanas encontraram 23 armas no quarto do hotel e 19 outras na casa onde morava, bem como vários quilos de nitrato de amónio, um material usado para fazer explosivos. Este material estava no seu carro.

A CNN diz que o homem comprou várias armas de fogo no passado, mas os investigadores acreditam que foram adquiridas legalmente. Os relatórios iniciais apontam para que, pelo menos uma dela, tenha sido transformada para arma automática.

Terrorismo ou ato isolado?

Seja como for, as autoridades continuam a acreditar que Paddock agiu sozinho e o FBI confirmou que não tinha ligação a qualquer grupo terrorista internacional, contestando assim a reivindicação do ataque feita pelo Estado Islâmico.  

Para além das 59 vítimas mortais e dos mais de 500 feridos a lamentar, há outro problema: Paddock não está cá para ser confrontado e penalizado pelo que fez. Estava vivo quando fez o primeiro contacto com as autoridades, mas acabou por se suicidar. O xerife do condado de Clark, Joseph Lombardo, disse aos jornalistas que ainda disparou contra os agentes da polícia e contra um segurança do hotel, este baleado numa perna, antes de pôr termo à própria vida.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, já condenou o ataque, sem falar em terrorismo. Classificou o que aconteceu como “um ato de pura maldade”.

Estava pelo menos um português, no momento do ataque. A sua identidade não foi revelada, mas o Governo informou que se encontra bem e que, até ao momento, não há vítimas mortais de nacionalidade portuguesa.

Este foi o tiroteio mais mortífero da História moderna dos Estados Unidos da América, ultrapassando o número de vítimas do ataque numa discoteca de Orlando, em junho de 2016, que fez 49 mortes.

A população, ainda em estado de choque, tem realizado várias vigílias em Las Vegas, uma forma de prestar tributo às vítimas.

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