Pedofilia: queixas do clero americano aumentam - TVI

Pedofilia: queixas do clero americano aumentam

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Quase todos os 803 casos registados em 2008 envolveram adultos que se queixaram de terem sido abusados quando crianças

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As queixas relacionadas com abusos sexuais do clero apresentadas às dioceses e ordens religiosas norte-americanas aumentaram em 2008, revela um relatório divulgado esta sexta-feira.

Quase todos os 803 casos registados envolveram adultos que se queixaram de terem sido abusados quando crianças, há várias décadas.

Os líderes da Igreja pagaram menos 29 por cento em acordos, honorários dos advogados e outras custas relacionadas com abusos em 2008. Ainda assim, a verba paga ultrapassou os 436 milhões de euros, elevando o total dos pagamentos por abusos sexuais a mais de 2,6 mil milhões de dólares desde 1950, de acordo com estudos patrocinados pelos prelados.

As estatísticas fazem parte de um estudo sobre a segurança infantil nas dioceses e ordens religiosas, encomendado pela Conferência Episcopal.

No estudo, os auditores detectaram que, à excepção de uma - Tulsa, no Oklahoma - todas as dioceses que foram avaliadas tinham implementado até ao final do ano as políticas de protecção à criança preconizadas.

As medidas de defesa incluem verificações do passado dos funcionários e voluntários, e um plano para afastar das obras públicas da igreja os autores de abusos sexuais. As dioceses aumentaram em 28 milhões de dólares as despesas com os programas de segurança.

O relatório dos bispos faz parte das reformas decididas em 2002, no auge do escândalo que começou com o caso de um padre predador na Arquidiocese de Boston que alastrou pelos Estados Unidos e para além do país.

O número de queixas por abusos sexuais em 2008 aumentou cerca de 16 por cento relativamente a 2007, com 691 casos. Todavia, as dioceses e ordens religiosas disseram que 98 por cento das alegações que tinham recebido no ano passado não tinham fundamento ou eram falsas.

Tal como aconteceu nos últimos anos, mais de 80 por cento dos padres acusados em 2008 estão ou mortos ou desaparecidos ou fora do sacerdócio. Contudo, 40 por cento dos acusados no ano passado nunca tinham sido nomeados em anteriores casos de abusos.

Seguindo um padrão que os investigadores descobriram em anteriores estudos, a maioria das pessoas que apresentaram queixa disseram ter idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos quando foram molestadas. Só 30 por cento destas queixas surgiu através de advogados.
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