Bebé Charlie Gard vai ser transferido para morrer num hospício - TVI

Bebé Charlie Gard vai ser transferido para morrer num hospício

  • BM
  • 27 jul 2017, 19:25
Charlie Gard

Tribunal britânico ordenou que o bebé irá ficar desligado das máquinas que lhe sustentam a vida. Pais e hospital não chegaram a acordo para programar a morte do menino de onze meses

Um juiz britânico ordenou, esta quinta-feira, que o bebé Charlie Gard terá de ser transferido para um hospício, onde irá ser desligado o suporte de vida que mantém a criança de onze meses ainda viva.

O bebé nasceu com o Síndrome de Depleção Mitocondrial, uma doença rara que lhe provocou danos cerebrais irreversíveis e tem-se mantido vivo por estar ligado às máquinas.

O juiz Nicholas Francis deu a ordem, depois dos pais e o Great Ormond Street Hospital, onde o bebé está internado, não terem chegado a acordo, no prazo estipulado, sobre o plano de cuidados para o fim da vida de Charlie.

Nicholas Francis assumiu que esta decisão “inevitavelmente resultará na morte de Charlie num curto período de tempo”.

Até ser transferido para o hospício, que não foi identificado, o bebé continuará a ser tratado no hospital.

Final de um caso dramático

Os pais de Charlie, Connie Yates e Chris Gard, lutavam nos tribunais, desde março, para que o ventilador e a maquinaria de suporte vital que mantinham o filho vivo não fossem desligados.

Pediram, ainda, autorização para levar o bebé para os Estados Unidos, para fazer um tratamento experimental que, esperavam, pudesse reverter os danos causados pela doença. Os médicos opuseram-se, alegando que isso não ajudaria e poderia até causar mais sofrimento ao bebé Charlie.

A justiça britânica e o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem decidiram-se pela posição do Great Ormond Street Hospital, uma unidade pediátrica inglesa de renome, a qual defendia que o apoio vital fosse desligado e Charlie morresse naturalmente.

Os pais Connie e Chris acabaram por desistir da batalha judicial e tentaram levar o filho para que morresse em casa, mas o Hospital considerou que seria clinicamente impraticável.

Na audiência de quarta-feira, o juiz Nicholas Francis referiu que Charlie, inevitavelmente, terminaria os seus dias num hospício.  

O caso de Charlie Gard tornou-se conhecido em todo o mundo, depois do presidente dos Estados Unidos e o Papa Francisco terem expressado o seu apoio aos pais do bebé britânico.

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