Papéis do Panamá censurados na China - TVI

Papéis do Panamá censurados na China

Rainha de Inglaterra com Presidente chinês (REUTERS)

Os órgãos de comunicação chineses receberam ordens para não publicar qualquer notícia referente à fuga de informação do escritório de advogados Mossack Fonseca

As autoridades chinesas proibiram a divulgação de quaisquer informações sobre os denominados Papéis do Panamá, uma investigação jornalística divulgada no domingo com consequências à escala mundial, que envolve também nomes chineses.

Altas figuras chinesas, como o cunhado do presidente chinês Xi Jinping, e a filha do chamado “Carniceiro de Pequim”, Li Peng, membro do comité comunista assim declarado pela forma como lidou com os protestos na Praça de Tiananmen, em 1989, constam nos documentos divulgados. 

Assim sendo, os meios de comunicação chineses receberam uma nota a proibir a publicação de qualquer notícia referente ao tema:

“Apagar todos os conteúdos relativos aos Papéis do Panamá. Não seguir o tema, sem exceção. Se algum material de órgãos de comunicação estrageiros for encontrado nalgum site, este será fortemente punido”, lê-se na diretiva, publicada no jornal afeto ao regime, China Digital Times, e citado pelo Guardian.

O comité de censura advertiu que a medida tinha “efeitos imediatos” e mandou ainda apagar as notícias já veiculadas sobre o presidente russo, Vladimir Putin, visado nos Papéis do Panamá.

A diretiva está, aparentemente, a ser cumprida. Não há acesso aos artigos anteriores publicados online e a reportagem da CCTV sobre os Papéis do Panamá publicada no Youtube também está “em baixo”.

O que são os Papéis do Panamá

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas offshore, em mais de 200 países e territórios. Nos Papéis do Panamá surgem também destacados os nomes de 140 políticos de todo o mundo - entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais -, e nem as altas figuras chinesas escapam. 

A revelação está a ser feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, a que a TVI pertence e que junta muitos outros órgãos de comunicação social em todo o mundo.

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