A polícia suíça visitou esta quarta-feira a sede da UEFA em Nyon, depois do nome do novo presidente da FIFA, Gianni Infantino, ter surgido no escândalo dos Papéis do Panamá. A UEFA já confirmou as buscas e fez saber que está a colaborar com as autoridades.
Uefa statement on police raid: pic.twitter.com/e9GZTjshia
— Ben Rumsby (@ben_rumsby) April 6, 2016
A UEFA informou ainda que em causa estão suspeitas de "má admnistração" e que a polícia esteve na sede devido aos contratos celebrados com empresas offshore, denunciados pelos Papéis do Panamá.
Segundo o jornal The Guardian, em causa, estão suspeitas levantadas sobre contratos de cedência de direitos televisivos assinados entre 2003 e 2006, que Infantino intermediou quando estava ao serviço da UEFA.
De acordo com a UEFA, a polícia suíça tinha um mandato que exigia a apreensão dos contratos entre a UEFA e Cross Trading/Teleamazonas.
Swiss raid of Uefa motivated by "suspicion of criminal mismanagement": pic.twitter.com/8A542Buw1d
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A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas "offshore" em mais de 200 países e territórios.
A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em "offshores" e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
O semanário Expresso e a TVI estão a participar nesta investigação em Portugal.