Primeiro-ministro da Islândia pediu a demissão - TVI

Primeiro-ministro da Islândia pediu a demissão

  • Redação
  • EC (atualizado às 16:54)
  • 5 abr 2016, 14:17

Primeiro Sigmundur Davíð Gunnlaugsson tinha pedido ao presidente para dissolver o parlamento, mas Olafur Ragnar Grimsson não aceitou. Em causa está o seu envolvimento no escândalo dos "Papéis do Panamá", uma investigação jornalística que divulgou dezenas de nomes ligados a uma sociedade de advogados, a Mossack Fonseca, especializada em criar empresas offshore

Primeiro-ministro da Islândia pediu a demissão. A informação está a ser avançada por vários órgãos de comunicaçãon islandeses. Recorde-se que esta manhã Sigmundur Davíð Gunnlaugsson, tinha pedido ao presidente do país para dissolver o parlamento, depois da oposição ter apresentado na segunda-feira uma moção de censura, anunciou, esta terça-feira o presidente Olafur Ragnar Grimsson.

Mas segundo a agência Reuters, o presidente não aceitou o pedido. Antes queria reunir com os principais partidos, para tomar uma decisão. Perante a recusa, Sigmundur Davíð Gunnlaugsson decidiu pedir a sua demissão, insistindo assim na sua decisão de se afastar do poder.

Em causa está o seu envolvimento no escândalo dos "Papéis do Panamá", uma investigação jornalística que divulgou dezenas de nomes ligados a uma sociedade de advogados, a Mossack Fonseca, especializada em criar empresas offshore.

Sigmundur David Gunnlaugsson foi eleito primeiro-ministro da Islândia em 2013 e não revelou que ele e a sua mulher partilhavam a propriedade de uma companhia offshore nas Ilhas Virgens Britânicas quando ele entrou para o parlamento em 2009. Meses depois, vendeu a sua parte na empresa à sua mulher por 1 dólar.

A empresa detém títulos que chegaram a valer milhões de dólares em três grandes bancos da Islândia, que faliram durante a crise financeira de 2008, tornando-o credor nas suas falências. O governo de Gunnlaugsson negociou um acordo com os credores no ano passado sem revelar o efeito que esse acordo teria nas finanças da sua família.

Gunnlaugsson negou nos últimos dias que os interesses financeiros da sua família influenciaram a sua posição perante o acordo. Os registos revelados não esclarecem a posição política de Gunnlaugsson beneficiou ou, pelo contrário, prejudicou o valor dos títulos detidos através da companhia offshore.

Numa entrevista com o media parceiro do ICIJ, Reykjavik Media, o primeiro-ministro negou ter escondido ativos. Quando foi confrontado com o nome da companhia offshore ligada ao seu nome, a Wintris Inc., Gunnlaugsson disse: “Estou a começar a sentir-me um pouco estranho com estas questões porque parece que estás a acusar-me de alguma coisa”.

Pouco depois, Gunnlaugsson terminou a entrevista.

Quatro dias depois, a sua mulher levou a questão a público, publicando uma nota no seu Facebook, garantindo que a companhia era sua, e não do primeiro-ministro, e que pagou os respetivos impostos.

Desde essa altura, deputados do parlamento da Islândia questionaram Gunnlaugsson por que razão nunca revelou a existência desta offshore. 

Gunnlaugsson defendeu-se com um comunicado de oito páginas no qual refere que não é obrigado a reportar publicamente a sua relação à Wintris, já que a empresa é, na verdade, detida pela sua mulher e porque é “meramente uma empresa de holding, e não uma companhia envolvida em atividades comerciais.”

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