Covid-19: Agência Europeia do Medicamento prevê vacina num ano “na melhor das hipóteses” - TVI

Covid-19: Agência Europeia do Medicamento prevê vacina num ano “na melhor das hipóteses”

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  • 18 mai 2020, 13:29
Coronavírus

Diretora da Agência Europeia do Medicamento defende que é necessário identificar as camadas prioritárias para receberem a vacina da Covid-19 quando ela chegar ao mercado

A Agência Europeia do Medicamento estimou hoje que, “na melhor das hipóteses”, haverá uma vacina disponível para a Covid-19 dentro de um ano, pedindo uma “abordagem coordenada” entre os Estados-membros para priorizar a sua distribuição.

Falando num debate com a comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu sobre o desenvolvimento de vacina contra o novo coronavírus, o diretor executivo da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla inglesa) disse que uma vacina “está a um ano” de estar disponível no mercado, “na melhor das hipóteses”.

Além de frisar que este tipo de tratamento para a Covid-19 não estará disponível em breve, Guido Rasi vincou que, quando a vacina de facto estiver pronta, não haverá logo de imediato produção suficiente para toda a população, pelo que defendeu coordenação dentro da União Europeia (UE) para determinar quais as camadas prioritárias.

A abordagem coordenada ao nível da UE será fundamental para identificar aqueles que mais beneficiarão com a vacina", afirmou o responsável, numa sessão realizada à distância e a partir de Bruxelas.

Isto porque, de acordo com Guido Rasi, “não haverá [logo] doses suficientes para toda a população”.

Vamos precisar de ter um modelo holístico para criar o primeiro anel de defesa na população em geral”, defendeu ainda o diretor da EMA.

Esta posição é semelhante à já manifestada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla inglesa).

Em entrevista à agência Lusa divulgada na semana passada, o especialista principal do ECDC para resposta e operações de emergência, Sergio Brusin, alertou que não haverá vacina ou tratamentos para a covid-19 nos próximos meses, sendo “muito provável” que só cheguem em 2021.

“Muitos especialistas [estão empenhados] e muito dinheiro está a ser aplicado na descoberta de vacinas e de tratamentos e, apesar de haver algumas opiniões mais otimistas, isso não acontecerá tão depressa”, declarou Sergio Brusin.

“Não é algo que vai acontecer nos próximos meses”, reforçou o perito.

Aludindo às várias investigações em curso, dentro e fora da Europa, Sergio Brusin notou que, apesar de alguns testes em humanos para potenciais vacinas estarem já a avançar, “para haver produção suficiente para distribuir por toda a gente na Europa serão precisos vários meses, não é algo que poderá ser feito rapidamente”.

“É preciso haver uma produção segura, fazer a distribuição, priorizar a quem dar primeiro”, elencou, destacando ser “muito mais provável que isso só aconteça em 2021”.

Aqui entra também a incógnita que este novo coronavírus ainda é para os especialistas, visto que, por ser um surto novo, não se sabe “se as vacinas ou tratamentos a serem criados irão proteger apenas por uma temporada, como as vacinas da gripe, ou se será algo que irá proteger por mais tempo”, explicou Sergio Brusin à Lusa.

Por isso, “de momento, é preciso continuar a fazer” o que está a ser feito, “nomeadamente [manter] o distanciamento físico e social, o rastreamento de contactos”, entre outras medidas, defendeu ainda o especialista do ECDC.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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