Covid-19: Durão Barroso preside a partir de hoje à Aliança Global para as Vacinas - TVI

Covid-19: Durão Barroso preside a partir de hoje à Aliança Global para as Vacinas

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  • 1 jan 2021, 08:13
Durão Barroso

Ex-primeiro-ministro português e ex-presidente da Comissão Europeia substitui a economista e antiga ministra das Finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala, cujo mandato terminou na quinta-feira

O ex-primeiro-ministro português e ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, é a partir de hoje presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), instituição que procurará que a pandemia de covid-19 esteja controlada até final do ano.

José Manuel Durão Barroso substitui a economista e antiga ministra das Finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala, cujo mandato terminou na quinta-feira.

A nomeação do antigo primeiro-ministro português foi anunciada em 29 de setembro passado, tendo a escolha sido aprovada de forma unânime pelo Conselho de Administração da GAVI, numa reunião em Genebra.

No final de outubro, falando no encerramento de uma formação para jornalistas dedicada à presidência portuguesa da União Europeia realizada pela Agência Lusa, o ex-presidente da Comissão Europeia disse que o objetivo da GAVI é que esta fase mais aguda da pandemia esteja sob controlo no final de 2021 lembrando, contudo, que existem milhares de milhões de pessoas a vacinar e que isso irá demorar tempo.

Há aqui um problema fundamental que a GAVI está a tentar resolver, que é garantir que todos os que queiram possam ter acesso à vacina, que seja equitativa, que não seja só para os países ricos", referiu apontando que "há uma questão humanitária, mas também de interesse, em conseguir que as vacinas tenham uma difusão tão ampla quanto possível".

Numa altura em que vários países do mundo estão a iniciar o processo de vacinação contra a covid-19, a GAVI tem uma importância acrescida nos esforços de uma vacinação global, ainda que Durão Barroso tenha dito à Lusa que a missão tradicional da instituição se mantém a par dos desafios decorrentes da covid-19.

Em entrevista à Lusa na altura em que foi nomeado, Durão Barroso lembrou "a missão tradicional" da GAVI, de apoiar a vacinação e imunização em relação a doenças "que são terríveis" e que nalguns casos foram erradicadas graças às vacinas.

A GAVI, recordou então, está concentrada em 73 países, que são os que sem ajuda da comunidade internacional não teriam acesso a essas vacinas para a maior parte da população. E, garantiu à Lusa, "isso vai-se manter".

Agora há uma coisa mais urgente que é esta pandemia, que está a desviar algumas atenções e recursos, mas a GAVI mantém o seu programa", disse, prometendo tudo fazer para manter esse programa e observando quanto à vacina da covid-19: "Ninguém está protegido se não estivermos todos protegidos".

Na altura da sua nomeação, Durão Barroso já afirmara que “o mundo precisa agora mais do que nunca da GAVI, tanto para assegurar que as vacinas covid-19 cheguem a todos os países, ricos e pobres, como para prosseguir com a sua missão principal de proteger centenas de milhões de pessoas contra doenças evitáveis".

A GAVI é uma parceria público-privada que ajuda a vacinar metade das crianças do mundo contra algumas das doenças mais mortíferas. Desde a sua criação em 2000, a GAVI ajudou a imunizar mais de 760 milhões de crianças, evitando, assim, mais de 13 milhões de mortes, e reduzindo para metade a mortalidade infantil em 73 países em desenvolvimento.

A organização reúne governos tanto de países em desenvolvimento como de doadores, a Organização Mundial da Saúde, a UNICEF, o Banco Mundial, a indústria de vacinas, agências técnicas, a sociedade civil, a Fundação Bill & Melinda Gates e outros parceiros do setor privado.

A GAVI tem também um papel central na conceção da iniciativa COVAX, liderada pela Organização Mundial da Saúde, que visa assegurar o acesso global e equitativo às vacinas contra a covid-19.

A nomeação de Durão Barroso foi saudada, entre outros, pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, António Costa.

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