Grávida com covid-19 dá à luz em coma induzido: "Foi um milagre" - TVI

Grávida com covid-19 dá à luz em coma induzido: "Foi um milagre"

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 10 mai 2021, 18:57
Bebé

A mulher acabaria por acordar apenas um dia depois do nascimento da filha

Uma mulher de 27 anos com covid-19, grávida de seis meses, deu à luz enquanto estava em coma induzido, em Cwmbran, no País de Gales. A mulher acabaria por acordar apenas um dia depois do nascimento da filha.

Quando Marriam Ahmad estava prestes a dar entrada no hospital de Grange em janeiro depois de ter testado positivo para a covid-19, a mulher pensou que o melhor seria deixar a mala em casa por não estar à espera de ficar por lá muito tempo.

Com apenas 29 semanas de gravidez, Marriam e o marido, Usman, ainda não tinham decidido qual seria o nome do seu segundo filho do casal, mas a covid-19 trocou-lhes as voltas e a situação deteriorou-se rapidamente. De um momento para o outro, a mulher, que sofre de asma, viu a covid-19 fazê-la passar por uma situação “muito assustadora”.

De repente, a minha máscara de oxigénio estava a funcionar numa configuração muito mais elevada. Fazia muito barulho. Não conseguia ouvir nada”, recordou a mulher em declarações à BBC.

Com a situação da jovem a piorar a cada momento, o seu médico levantou a hipótese de fazer uma cesariana, no entanto, sublinhou que o bebé, de apenas 29 semanas, poderia não ser forte o suficiente para sobreviver. Horas depois, o médico decidiu coloca-la num coma induzido e informou-a de que existia a possibilidade de que “não voltasse”.

Aconteceu tudo muito rápido. Passaram uns cinco minutos, falaram comigo a dizer que estava ligada à máquina de oxigénio, que ia fazer uma cesariana, que o bebé talvez não sobreviveria, que eu ia ficar inconsciente e que talvez não resistiria”, revelou.

Marriam ficou em choque com a velocidade a que tudo se estava a passar e decidiu ligar para os seus pais para explicar o que se estava a passar. A reação deles foi de um choque total.

Nem sequer cheguei a conseguir falar com o meu marido ou o meu filho – nunca tinha deixado o meu filho, nem sequer por uma noite”, afirmou.

Mas contra todas as hipóteses, a bebé de Marriam nasceu a 18 de janeiro e pesava pouco mais de um pacote de leite, com apenas 1.16 quilos. Surpreendentemente, a mãe da bebé acordou do coma no dia seguinte.

Não faço ideia do que aconteceu. Eu acordei. Obviamente que conseguia ver que não havia nada na minha barriga e estava cheia de dores”, contou a jovem mãe.

Durante mais de uma semana, Marriam não pode ver pessoalmente a sua filha. Mas as enfermeiras que cuidavam da criança rapidamente se mobilizaram para tirar fotos e vídeos para mostrar à jovem, que ainda se encontrava fisicamente muito debilitada.

No entanto, uma dúvida mantinha-se: qual seria o nome da bebé? Marriam e Usman passaram a semana seguinte a tentar escolher o nome que melhor se adequava à bebé. O nome escolhido foi Khadija.

Na fé islâmica, Khadija é uma mulher muito forte e independente, Do meu ponto de vista, a minha Khadija foi muito forte. Não teve qualquer problema, tendo em conta que nasceu com apenas 29 semanas. Foi um milagre”, contou Marriam.

Khadija acabaria por ser transferida para uma unidade de terapia intensiva no hospital de Singleton, em Swansea, mais perto do resto da família.

Após oito semanas hospitalizada, Khadija já está em casa. Com mais de três meses e meio, está feliz e saudável, com mais de quatro quilos. Já a sua mãe admite que com uma casa que tem uma criança de 16 meses e uma recém-nascida, “não há muito tempo para pensar” no que acabou de acontecer.

Estou muito grata por tudo. Ela está viva e eu estou viva. Mesmo tendo sido uma experiência horrível e traumática, acabei por dar comigo grata pelas pequenas coisas”, admitiu Marriam.

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