Covid-19: nestas localidades, o vírus ainda não passou - TVI

Covid-19: nestas localidades, o vírus ainda não passou

  • ALM
  • 24 ago 2020, 13:45
Covid-19: ação dos Médicos Sem Fronteiras nos lares de Espanha

Por que certas áreas resistem ao avanço a pandemia? Há aldeias em Espanha, onde a pandemia é uma miragem

Apesar da onda de surtos que agitam o novo normal dos cidadãos em pouco por todo o mundo, em Espanha ainda existem populações sem coronavírus. São localidades que resistem sem casos positivos, a salvo da propagação da pandemia.

Segundo o jornal El País, a Extremadura tem 30% dos municípios sem infetados (118 em 388), a Andaluzia (189 em 786 municípios) e a Comunidade Valenciana (139 em 542) mantém um quarto de suas localidades livres do vírus, seguida pelas Astúrias (16 em 78, 20%), Catalunha (166 de 947, 18%), Galiza (26 de 313, 8%) e Madrid (13 de 179, 7%).  A publicação justifica o feito com uma combinação de fatores: uma orografia complexa, pouca atividade turística e económica, somadas à penetração tardia da doença em determinados territórios.

No extremo oposto, com o Covid-19 a alastrar a todos municípios, destaca-se o País Basco, com 251 municípios infetados, enquanto Castela e Leão registam casos positivos nas 248 áreas básicas de saúde, sem exceção, diz o El Pais.

De qualquer modo, o jornal chama a atenção para o facto de nem todas as regiões recolherem os seus dados por município ou comunidades autónomas e algumas o terem feito apenas a partir de maio, o que invalida a comparação.

Por que certas áreas resistem ao avanço a pandemia?

O primeiro fator é a chegada do vírus: quanto mais tarde, mais conscientes estão da gravidade da situação dos vizinhos. É uma soma de fatores, mas a reação das autoridades locais também influenciou, houve alguns presidentes que tomaram a Covid-19 como um assunto pessoal e promoveram medidas de higiene e prevenção”, justifica Ildefonso Hernández, porta-voz da Sociedade Espanhola de Saúde Pública. e Administração (SESPAS).

“A única forma de manter o vírus sob controle é evitar concentrações, festas e festivais, onde o álcool corre” garante Jesús Molina, da Sociedade Espanhola de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Higiene (SEMPSPH).

Até porque com ou sem festas, a infeção espalha-se aos poucos e o cerco aperta: a Andaluzia passou, na última semana de 198, para 189 cidades sem vestígios de transmissão, representando 165.000 habitantes, 2% de sua população de 8,4 milhões.

Em Málaga existem 28 municípios, com um total de 19.000 residentes, onde e estatísticas continuam a zeros para a Covid-19, mas, tal como as cidades próximas, têm sido feitos sacrifícios para conter a pandemia: a piscina municipal continua fechada; assim como todos os espaços desportivos e o ginásio municipal. Festas e festivais também foram cancelados e o lazer tem estado reduzido a passeios pelo campo ou estadas junto à porta de casa nas noites de verão

“São medidas drásticas e um grande esforço para os nossos vizinhos, mas não podemos arriscar”, diz Vicente Campos, o presidente do município de Canillas de Aceituno. De resto, este município tal como o Vale Genal e La Axarquía, encontram-se numa zona bem característica da região. O cenário é uma sucessão de campos de manga e abacate, que vão ganhando terreno aos olivais e vinhas em colinas que parecem impossíveis de alcançar. As 80 curvas da estrada que sobe até Canillas de Aceituno são 80 motivos que dificultam a chegada do coronavírus.

Este isolamento é o que alguns municípios de Cádiz, como Setenil de las Bodegas, procuram com barreiras físicas que travam os acessos rodoviários, o que, mesmo assim, não os protegeu de seis casos de coronavírus. Outros, como Zahara de la Sierra, onde foram colocadas cercas e correntes, conseguiram evitar a pandemia.

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