Papa exorta Europa a mostrar solidariedade contra o "vírus do egoísmo" - TVI

Papa exorta Europa a mostrar solidariedade contra o "vírus do egoísmo"

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  • 4 set 2020, 11:58
Papa Francisco

Chefe da Igreja Católica considera que este vírus é pior do que da pandemia de covid-19

O Papa Francisco desafiou esta sexta-feira a União Europeia a ser criativa e "a responder solidariamente contra o vírus do egoísmo", que considera ser pior do que o da pandemia de Covid-19.

A mensagem do Papa foi enviada ao Fórum da Casa Europa-Ambrosetti, um encontro internacional anual sobre questões económicas que se realiza em Cernobbio, no norte da Itália.

“Agora, mais do que nunca, a Europa é chamada a mostrar liderança num esforço criativo para emergir dos estreitos do paradigma tecnocrático aplicado à política e à economia. Esse esforço criativo deve ser solidário, o único antídoto para o vírus do egoísmo, um vírus muito mais potente do que a Covid-19”, refere o pontífice.

O trabalho do Fórum prevê o debate de uma agenda para a Europa e o Papa lembra que passaram 70 anos desde a Declaração Schuman de 9 de maio de 1950, que abriu o caminho para a União Europeia de hoje.

“Naquela época, a preocupação era com a solidariedade na produção; hoje, a solidariedade deve estender-se a um bem mais precioso: a pessoa humana. A pessoa humana deve ocupar o seu devido lugar no centro das nossas políticas educacionais, de saúde, sociais e económicas. As pessoas devem ser acolhidas, protegidas, acompanhadas e integradas quando vêm bater à nossa porta em busca de um futuro de esperança”, salientou.

O Papa exortou os participantes no fórum a fazer um esforço “por desenvolver novas compreensões da economia e do progresso, a combater todas as formas de marginalização, a propor novos estilos de vida e a dar voz aos que não os têm”.

O pontífice argentino insistiu na necessidade de mudar o atual modelo de desenvolvimento por um "mais saudável, mais humano, mais social e mais abrangente" e convidou “a viver uma conversão ecológica, a travar um ritmo desumano de consumo e produção” e a abrir caminhos novos e originais para o bem comum.

Francisco também exortou a “investir nas novas gerações que são protagonistas da economia do amanhã, para formar pessoas dispostas a se colocarem ao serviço da comunidade”.

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