O papa, que falava perante membros do corpo diplomático acreditado no Vaticano, acusou também o fundamentalismo de relegar Deus «a um mero pretexto ideológico».
Há «uma cultura que rejeita o outro, e que termina por gerar a violência e a morte. Tivemos um triste eco no (...) trágico massacre ocorrido em Paris. O ser humano torna-se escravo (...) por vezes mesmo de formas desviantes de religião», declarou.
O papa voltou a pedir aos «dirigentes religiosos, políticos e intelectuais, especialmente muçulmanos» que condenem «qualquer interpretação fundamentalista e extremista da religião, que pretenda justificar» a violência.
Francisco lembrou os 132 estudantes que morreram em dezembro, numa escola de Peshawar, no noroeste do Paquistão, num ataque de talibãs.
«Quero manifestar novamente o meu pesar às famílias e garantir-lhes que nas minhas orações estão presentes os muitos inocentes que perderam a vida», disse.
O papa pediu à comunidade internacional que una esforços contra a violência e pela defesa da paz.
«É necessária uma resposta unânima que, no marco do direito internacional, impeça a propagação da violência, restabeleça a concórdia e cure as profundas feridas causadas pelos intermináveis conflitos», sublinhou.
Neste sentido, o papa manifestou a sua esperança de que os líderes israelitas e palestinianos possam retomar as negociações, para alcançar a paz e «a solução de dois Estados», com «fronteiras claramente estabelecidas e reconhecidas internacionalmente».
Francisco parte, ao fim do tarde, para uma viagem pastoral ao Sri Lanka e às Filipinas.