"Sigo com preocupação o recrudescimento das tensões armadas na região do Cáucaso" - TVI

"Sigo com preocupação o recrudescimento das tensões armadas na região do Cáucaso"

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  • 19 jul 2020, 14:43
Papa Francisco

Papa Francisco pede à comunidade internacional que ajude à paz naquela região

O Papa Francisco apelou hoje à comunidade internacional que fomente a paz duradoura na fronteira entre o Azerbaijão e a Arménia, que tem vivido dias de tensão que ameaçam reavivar o conflito mais antigo do espaço pós-soviético.

"Sigo com preocupação o recrudescimento das tensões armadas na região do Cáucaso, na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão", disse o Papa Francisco após a oração do Angelus, citado pela agência Efe.

O líder da igreja católica disse ainda rezar "pelas famílias das vítimas que perderam a vida", e esperar que "com o esforço da comunidade internacional e o diálogo entre as partes se possa chegar a uma solução pacífica e duradoura".

O Papa também se mostrou solidário com "todos os que estão a enfrentar" as consequências económicas e sociais da pandemia de covid-19, especialmente com as populações "que sofrem ainda mais devido às situações de conflito".

Neste sentido, Francisco pediu respeito pela trégua global associada à pandemia solicitada pela Organização das Nações Unidas (ONU), para que haja "paz e segurança, indispensáveis para que se outorgue a assistência humanitária necessária" a essas comunidades.

O conflito entre o Azerbaijão e a Arménia, que dura desde 1988 por causa do controlo da região de Nagorno-Karabakh, deu pouco que falar nos últimos anos, com exceção de intensos combates na zona da república separatista em abril de 2016, que acabaram com a assinatura de um novo acordo de cessar de hostilidades e o restabelecimento do cessar-fogo de 1994.

A Rússia, os Estados Unidos e a União Europeia, o Comité Internacional da Cruz Vermelha e o Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para o acordo no Nagorno-Karabakh, co-presidido pela França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos, instaram as partes a voltar ao cumprimento do cessar-fogo.

No sábado, o primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, propôs a criação de um sistema de supervisão internacional do cessar-fogo na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão, nomeadamente na zona disputada de Nagorno-Karabakh.

Os dois países estão em conflito desde há décadas em torno do Nagorno-Karabakh, uma região secessionista do Azerbaijão e no centro de uma guerra no início da década de 1990 que provocou 30.000 mortos. 

Os recentes confrontos decorreram agora na fronteira norte entre os dois Estados, e longe do disputado território, numa escalada rara do conflito. 

As duas nações do Cáucaso responsabilizam-se mutuamente pelos ataques armados, que já causaram a morte a 15 soldados e um civil.

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