A polícia parisiense multou mais de 100 clientes que jantavam num restaurante subterrâneo por não respeitarem as medidas sanitárias em vigor, nomeadamente o confinamento geral imposto no início de abril.
A notícia surge após a revelação feita pelos média franceses de que ministros do executivo participaram em festas clandestinas.
Os agentes da polícia foram "chamados por causa de uma reclamação de ruído excessivo a ocorrer num restaurante" e "colocaram um fim a uma festa com mais de 110 pessoas", afirmou a polícia da capital francesa em comunicado.
Fonte da polícia adiantou que os clientes foram multados e que o organizador do evento e o gerente do restaurante acabaram presos.
Também na sexta-feira, a polícia multou 62 pessoas reunidas num restaurante clandestino à hora do almoço. Também o gerente deste restaurante em Saint-Ouen, nos arredores de Paris, foi detido.
Em França, têm-se multiplicado casos de restaurantes subterrâneos a oferecer - a quem tenha os meios para tal - uma experiência gastronómica pré-coronavírus.
O canal de televisão M6 transmitiu uma reportagem com imagens gravadas alegadamente num restaurante clandestino, onde nem os funcionários nem os clientes estavam a usar máscaras.
Caviar, champagne, menus de grands chefs et retrait du masque obligatoire...Nos journalistes ont pu pénétrer dans ces fêtes clandestines de haut standing qui se tiennent actuellement à Paris.
— M6info (@m6info) April 2, 2021
🎥@frvignolle Armelle Mehani et @CyrielleStadler en exclusivité pour le 📺#19h45 pic.twitter.com/ClXpIWrVwZ
Os participantes foram servidos de caviar e champanhe no evento que custou 220 euros por pessoa.
Um dos organizadores do evento, o empresário e colecionador Pierre-Jean-Chalencon, foi brevemente detido para interrogatório pela polícia na sexta-feira ao lado do chef Christophe Leroy.
O empresário, denunciado na reportagem da M6, afirmou ter realizado vários jantares no seu luxuoso Palais Vivienne, no centro de Paris, com a presença de ministros.
“Nesta fase da investigação, não há evidências que indiquem que algum membro do governo tenha participado nos jantares em questão”, disse a polícia após ouvir o seu depoimento.
Esta polémica começa a crescer numa altura em que o terceiro confinamento acabou de ficar mais apertado em França, país que tem visto uma subida de casos e do número de internados nos cuidados intensivos.