O número oficial de mortos permanece nos 129. O comunicado dos hospitais parisienses divulgado este domingo de manhã sobre os feridos contabilizaram as vítimas que morreram nas unidades hospitalares na sequência dos atentados.
Segundo a Assistência Pública dos Hospitais de Paris (AP-HP), dos 80 feridos internados eme satdo grave, 42 correm perigo de vida. Mas, destes 80 feridos, “35 já não precisaram hoje de vigilância intensiva no serviço de reanimação”, avançou a AP-HP.
O que sabemos até agora
Os atentados de Paris foram cometidos por pelo menos sete terroristas, divididos em três equipas, e organizados a partir da Bélgica com cúmplices em França, segundo as principais conclusões da investigação divulgadas até ao momento.
Nas últimas horas surgiu a hipótese de um oitavo atacante estar em fuga.
A Bélgica, onde entre sábado e domingo foram detidas pelo menos sete pessoas, emitiu um mandado de detenção internacional contra um suspeito que poderá estar em fuga, e a polícia francesa divulgou uma fotografia e um nome:
“Abdeslam Salah, nascido a 15 de setembro de 1989 em Bruxelas e alvo de um mandado de busca”, definido pelas autoridades como um “indivíduo perigoso”.
[AppelàTémoin] La #PJ recherche 1 individu susceptible d'être impliqué ds les attentats du 13/11/2015 #ParisAttacks pic.twitter.com/Gpr4MY1I53
— Police Nationale (@PNationale)
15 novembro 2015
As primeiras informações, no sábado, davam conta de oito atacantes, mas apenas sete corpos de bombistas foram recuperados. Por outro lado, o grupo extremista Estado Islâmico, quando reivindicou os ataques, também no sábado, referiu serem oito os atacantes.
Segundo fonte próxima da investigação, o suspeito em fuga é um de três irmãos envolvidos nos ataques. Um deles morreu no ataque à sala de concertos Bataclan, outro foi detido na Bélgica, não se sabendo se participou ou não nos ataques, e o terceiro tem paradeiro desconhecido das autoridades, que estão agora no seu encalce.
Segundo avança a Associated Press, a polícia francesa identificou Abdeslam Salah, colocou-lhe algumas perguntas e deixou-o ir em liberdade, horas depois dos ataques em Paris, perto da fronteira, quando este deixava França rumo à Bélgica.
Apesar das autoridades já saberem que um veículo abandonado junto de um dos locais alvo dos terroristas, este foi autorizado a seguir viagem. A informação foi confirmada à AP por quatro oficiais, que preferiram manter o anonimato, por não estarem autorizados a revelar pormenores sobre a investigação em curso.
Segundo avança o jornal espanhol El País , as autoridades francesas avisaram Espanha de que existe a possibilidade deste suspeito ter passado a sua fronteira, apesar de não terem provas disso.
O primeiro atacante a ser identificado, no sábado, foi Ismael Omar Mostefai , 29 anos, de nacionalidade francesa e natural de Courcouronnes, perto de Paris, que morreu também no Bataclan. Segundo o New York Times , Mostefai era um dos cinco filhos de uma portuguesa e um argelino.
Já hoje, a procuradoria anunciou ter identificado mais dois dos autores dos ataques, ambos de nacionalidade francesa e residentes na Bélgica:
- um deles, de 20 anos, foi um dos bombistas que acionou um colete de explosivos junto ao Stade de France
- o outro, de 31, atacou quatro restaurantes e cafés no centro de Paris, acionando os seus explosivos junto ao restaurante Comptoir Voltaire
Sobre os atacantes há ainda a informação de que um passaporte sírio foi encontrado junto ao corpo de um dos atacantes.
O documento foi primeiro identificado pelas autoridades gregas, que o registaram à chegada do seu portador a uma ilha grega a 03 de outubro, e depois pela Sérvia, onde foi registado a 07 de outubro. Segundo a imprensa sérvia, o passaporte foi emitido em nome de Ahmed Almohamed, 25 anos.
Os atacantes, segundo os investigadores, ter-se-ão dividido em três equipas.
A primeira terá atacado o Stade de France . Os três elementos, que usavam coletes de explosivos, tentaram entrar no estádio, mas não conseguiram, acabando por detonar os explosivos no exterior, quando decorria o jogo.
O primeiro bombista-suicida acionou os explosivos às 21:20 (20:20 em Lisboa), o segundo às 21:30 e o terceiro às 21:53. Os corpos dos três, todos franceses, foram recuperados no local.
A segunda equipa atacou o Bataclan , onde entrou cerca das 21:40. Também aqui foram recuperados três cadáveres de atacantes.
Uma terceira equipa terá sido responsável pelos tiroteios em três bares e restaurantes do centro de Paris , atacados às 21:25, 21:32 e 21:36. Um dos membros desta equipa fez-se explodir às 21:40 num quarto estabelecimento.
Os autores dos ataques utilizaram pelo menos duas viaturas, já recuperadas pelas autoridades .
Numa, um Seat preto encontrado na madrugada de hoje numa rua de Montreil, um subúrbio da capital francesa, a polícia encontrou várias metralhadoras kalashnikov, semelhantes às usadas nos atentados, cinco carregadores cheios e 11 vazios. A outra, um Volkswagen Polo também com matrícula belga, foi encontrada perto da sala de concertos Bataclan.
Ambas as viaturas foram alugadas na Bélgica, na região de Bruxelas, segundo a Procuradoria Federal belga.