EUA: o massacre e a polémica com uma bandeira "racista" - TVI

EUA: o massacre e a polémica com uma bandeira "racista"

Bandeira da Confederação

Nos Estados Unidos está em curso uma batalha pela bandeira da Confederação, por muitos considerada símbolo dos supremacistas brancos e de divisão dos americanos.

150 anos após o fim da Guerra Civil americana, a governadora Nikki Haley pediu na segunda-feira que seja retirada a bandeira da confederação que esteve hasteada por meio século no parlamento de Columbia. Esta terça-feira os deputados estaduais são chamados a votar pela remoção. Nikki Haley, uma republicana, quer que os deputados aprovem a eliminação deste antigo símbolo dos estados esclavistas do sul de todos os edifícios públicos, incluindo o Capitólio local.

A bandeira do racismo

A bandeira volta a estar no centro da polémica, cinco dias depois de Dylann Roof ter entrado numa igreja de Charleston e assassinado 9 pessoas, de raça negra, incluindo a senadora estadual Clementa Pinckney. 
Dylann Roof, um jovem de 21 anos, ligado a um movimento supremacista branco, publicou na internet fotografias onde surge com a bandeira confederada nas mãos e cospe e incendeia a bandeira americana. À polícia, após o massacre, Dylann confessou que o seu objectivo era iniciar "uma guerra racial".
 

Poder branco

O caso reavivou o debate e desencadeou protestos contra esta bandeira que representou a escravatura vigente nos estados do sul. Em 1865, a Confederação foi derrotada pelos unionista do norte, mas permaneceram os linchamentos a afro-americanos até às primeiras décadas do século XX, a segregação racial até aos anos 50 e o racismo branco que ainda hoje perdura em vários grupos como o Ku Klux Klan e o Conselho dos Cidadãos Conservadores que o próprio Dylan considera responsável pela sua radicalização. O CCC é tradicional financiador de candidatos do partido republicano, incluindo os atuais aspirantes à Casa Branca, Ted Cruz, Rick Santorum e Rand Paul.
 

Símbolo rejeitado

O que muitos desconhecem é que a bandeira hoje popularizada em t-shirts, autocolantes e outros artigos, nunca foi a bandeira oficial dos estados confederados. Na verdade foi rejeitada em 1861 a favor de uma outra conhecida por "stripes and stars", (trad: bandeira das barras). No entanto, o Exército da Virgínia do Norte, principal força confederada, escolheu-a como bandeira de guerra contribuindo para o seu reconhecimento como símbolo do movimento nacional reivindicativo dos estados do sul.
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