Johnson's condenada a pagar mais de 26 milhões de euros a mulher com cancro - TVI

Johnson's condenada a pagar mais de 26 milhões de euros a mulher com cancro

  • FM / Reuters
  • 14 mar 2019, 19:04
Pó de Talco Johnson

Processo de Teresa Levitt é um dos 13 mil que ligam pó de talco da empresa ao cancro causado por exposição ao amianto

Um tribunal da Califórnia condenou, nesta quarta-feira, a empresa Johnson & Johnson a pagar uma indemnização de mais de 26 milhões de euros (29,4 milhões de dólares) a uma mulher que alegou que sofreu de cancro devido ao amianto presente no pó de talco da empresa.

O processo foi movido por Teresa Levitt, que usava regularmente o pó de talco Johnson´s Baby e o Johnson´s Shower to Shower, nas décadas de 60 e 70. Em 2017, a mulher foi diagnosticada com mesotelioma, um tipo de cancro que causa um crescimento anormal de células e que se desenvolve a partir do mesotélio, tecido que reveste as cavidades do corpo. Mais de 80% dos casos de mesotelioma são por exposição ao amianto.

O julgamento do caso de Teresa começou a 7 de janeiro, e durou nove semanas. Segundo a agência Reuters, depois de ouvidas várias testemunhas, o júri precisou de dois dias para entregar o veredicto.

Ainda de acordo com a agência, o júri considerou que produtos à base de pó de talco da J&J tinham defeito e a empresa não alertou os consumidores dos riscos para a saúde, e concluíram que ela e o marido deveriam receber 29,4 milhões de dólares em indemnizações.

Outros processos

Esse foi o primeiro de mais de dez casos que envolvem pó de talco e que devem ser julgados, ainda este ano, nos Estados Unidos da América.

O veredicto do Supremo Tribunal de Oakland  é a primeira derrota para empresa nos mais de 13 mil processos que relacionam o pó de talco ao cancro em todo o país.A empresa foi já condenada noutros processos, além de estar sob investigação do Departamento de Justiça e a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.

 

A posição da empresa

 

De acordo com a agência Reuters, a Johnson&Johnson vai recorrer da sentença. A empresa alega que os advogados erraram em mostrar a relação entre o pó de talco e o amianto.

 

“Nós respeitamos o processo legal e reiteramos que os veredictos do júri não são conclusões médicas, científicas ou regulamentares sobre um produto", disse a J&J em comunicado na quarta-feira.

 

A empresa argumenta que o pó de talco não causa câncer, é seguro e livre de amianto, e foi testado por vários reguladores de saúde ao redor do mundo.  Por causa dos processos judiciais, a Johnson&Johnson lançou um site para apresentar a sua versão sobre a polémica envolvendo o pó de talco.

 

 

 

 

Continue a ler esta notícia