Venezuela: elementos das forças especiais detidos pela morte de funcionários de televisão - TVI

Venezuela: elementos das forças especiais detidos pela morte de funcionários de televisão

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  • 25 ago 2020, 08:02
Venezuela

Entre outros crimes, os polícias são acusados de homicídio agravado, uso indevido de arma e abuso de autoridade

Um tribunal venezuelano ordenou a detenção de seis elementos das Forças de Ações Especiais (FAES) da Polícia Nacional Bolivariana, alegadamente envolvidos no homicídio de dois trabalhadores de uma estação de televisão regional.

A detenção foi ordenada pelo Tribunal 1.º de Cabimas, no estado venezuelano de Zúlia (670 quilómetros a oeste de Caracas) e os assassínios, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), ocorreram a 22 de agosto.

As vítimas foram identificadas como Andrés Eloy Nieves Zacarías e Victor Torres, este último filho de Franklin Torres, diretor da estação de televisão comunitária Guacamaya TV.

Franklin Torres explicou ao SNTP que as forças especiais entraram violentamente no prédio e que, “depois do assassínio, confiscou todos os equipamentos do canal”.

Entre outros crimes, os polícias são acusados de homicídio agravado, uso indevido de arma e abuso de autoridade.

Segundo a imprensa local os polícias explicaram em tribunal que tentavam deter uns indivíduos que pertenciam a um grupo suspeito de extorquir cidadãos, que ameaçava de morte.

“Referem os funcionários que viram dois indivíduos com as características dos que procuravam, aos que ordenaram que parassem, mas que tentaram escapar entrando numa casa da localidade, empunhando uma arma de fogo”, lê-se no relatório do tribunal, divulgado pela imprensa local.

Andrés Eloy Nieves Zacarías era militante da secção juvenil do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o partido do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

Após visitar a Venezuela, em junho de 2019 a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, publicou um relatório onde afirmava que foram “documentados casos de possíveis execuções extrajudiciais cometidas por membros das Forças de Ações especiais da Polícia Nacional Bolivariana, conhecidas como FAES, em alguns bairros do país”.

No relatório, Michelle Bachelet recomendou ao Governo venezuelano dissolver as FAES e tomar medidas para garantir justiça e impedir as execuções extrajudiciais.

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