Itália: 15 condenados por violência contra manifestantes em cimeira do G8 - TVI

Itália: 15 condenados por violência contra manifestantes em cimeira do G8

Confrontos na cimeira G-8 (Foto Lusa)

Caso reporta-se a 2001. Envolvidos são elementos das forças de segurança, acusados de sevícias e tratamentos vexatórios

Quinze membros das forças da ordem italianas foram condenados esta segunda-feira, em primeira instância, acusados de sevícias e tratamentos vexatórios a manifestantes durante a Cimeira do G8 em Génova, no Norte da Itália, em 2001, noticia a Lusa.

Os acusados são carabineiros, membros da administração prisional e médicos. Trinta foram hoje ilibados e libertados.

O Tribunal de Génova condenou 15 pessoas a penas de prisão que vão dos cinco meses aos cinco anos, segundo a agência noticiosa Ansa. A pena mais pesada, cinco anos, foi aplicada ao inspector da guarda prisional Biagio Gugliotta.

Os acusados eram suspeitos de violências numa caserna de Bolzaneto (a cerca de 15 quilómetros de Génova) para onde foram conduzidos 250 manifestantes identificados. Na enfermaria dessa caserna, várias mulheres foram, por exemplo, obrigadas a despirem-se e a manterem-se nuas na presença de agentes masculinos.

«O tribunal reconheceu que algo de grave aconteceu na caserna de Bolzaneto. O tribunal ilibou ao mesmo tempo alguns acusados. Leremos o veredicto e depois decidiremos se vamos recorrer», comentou o procurador Vittorio Ranieri Miniati.

Os confrontos entre manifestantes e forças da ordem em Gênes causaram a morte de um jovem manifestante, Carlo Giuliani, de 23 anos.

Essa violência levou a um total de três processos, dois deles contra as forças da ordem.

No segundo processo, ainda a decorrer, 29 polícias e membros do pessoal médico da administração prisional são nomeadamente acusados de «golpes e ferimentos» e «perseguições arbitrárias», ao irromperem pela escola Diaz, que servia de dormitório aos manifestantes altermundialistas.

Num terceiro processo, intentado contra os altermundialistas, 24 pessoas foram condenadas em Dezembro, a penas que variam dos cinco meses aos 11 anos de prisão. A condenação mais pesada foi pronunciada contra Marina Cugnaschi, natural de Lecco, no Norte da Itália, considerada como pertencendo ao «Bloco Negro», que reagrupava os manifestantes mais radicais reconhecidos como responsáveis pelas destruições e saques durante as manifestações.

HB
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