Pedrógão: Governo era "o primeiro interessado" na divulgação das vítimas - TVI

Pedrógão: Governo era "o primeiro interessado" na divulgação das vítimas

  • 26 jul 2017, 14:21
Pedro Nuno Santos

Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares diz, que pela parte do Governo, "nunca" se colocou a questão de "divulgar ou não a lista de mortos"

O Governo considerou esta quarta-feira que era "o primeiro interessado" na divulgação das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, mas respeita o segredo de justiça, e acusou o PSD de recair na "imoralidade" após o caso dos suicídios.

Uma posição transmitida em conferência de imprensa pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, depois de a Procuradoria-Geral da República ter divulgado a lista de vítimas do incêndio de Pedrógão Grande e de o PSD ter anunciado que assim desistia de requerer a realização de um debate de urgência da Comissão Permanente da Assembleia da República.

Segundo o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, pela parte do Governo, "nunca" se colocou a questão de "divulgar ou não a lista de mortos".

O Governo Português fez aquilo que lhe competia, comportou-se como é suposto um Governo comportar-se. A lista das vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande estava sob segredo de justiça - e um Governo que se dá ao respeito e respeita as instituições e o Estado de Direito cumpre o segredo de justiça decretado pela Procuradoria-Geral da República", acentuou Pedro Nuno Santos.

Neste ponto, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares referiu mesmo que, tendo em conta a lista divulgada pela PGR, "o primeiro interessado em divulgar essa mesma lista era o Governo".

Acontece que o Governo cumpre a lei, mas a questão que esteve em aqui em causa foi o aproveitamento político imoral feito pelo PSD e CDS-PP em relação à tragédia de Pedrógão Grande. É absolutamente inaceitável que, num Estado de Direito e numa democracia avançada como a portuguesa, estes dois partidos da oposição façam aproveitamento político de uma tragédia", criticou.

Pedro Nuno Santos fez depois uma alusão aos hipotéticos suicídios (depois não confirmados) mencionados pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, nos dias seguintes ao incêndio de Pedrógão Grande em junho passado, assim como a uma aparente proliferação de informação falsa.

O que se passou hoje deve servir de ensinamento para todos, porque em política não pode valer tudo e é absolutamente imprescindível que as informações sejam confirmadas. O Governo nunca escondeu nenhuma lista, ela esteve sempre disponível até ao momento em que o segredo de justiça foi decretado. Portanto, este Governo não comete crimes", disse.

Pedro Nuno Santos lamentou a seguir, neste contexto, a atitude do PSD e do CDS-PP neste caso de Pedrógão Grande, referindo que em junho passado "já tinha acontecido uma situação semelhante com a atual com suicídios que não aconteceram".

Tivemos agora a mesma situação com mortes que não aconteceram. O PSD e o CDS-PP conscientemente especularam e tentaram alimentar a ideia de que o Governo Português estaria a esconder mortos. É uma atitude absolutamente inaceitável, porque é imoral e, como tal, merece ser condenada por todos", acrescentou.

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