O que o Governo pensa fazer com a ponte de Génova - TVI

O que o Governo pensa fazer com a ponte de Génova

Executivo de Giuseppe Conte poderá recuar na decisão de revogar a concessão da ponte Morandi, que colapsou e provocou a morte de 38 pessoas

O Governo italiano está a avaliar três opções em relação à concessão da autoestrada 10, na qual se inclui a ponte de Génova que colapsou na terça-feira, provocando pelo menos 38 mortos identificados e 15 feridos, nove dos quais em estado grave. Entre os escombros da ponte há ainda entre dez a 20 desaparecidos.

As opções que estamos a considerar são a revogação completa da concessão, a revogação apenas da seção da A10 ou uma multa, mas 150 milhões de euros é um valor muito baixo”, disse esta quinta-feira o vice-ministro dos Transportes, Edoardo Rixi, em declarações por telefone à agência Reuters.

Algumas horas antes, uma fonte do Executivo italiano tinha afirmado que o Governo ponderava aplicar apenas uma multa à empresa gestora em vez de lhe retirar a concessão, o que implicaria uma longa batalha legal e o risco de ter de pagar uma avultada indemnização, disse esta quinta-feira uma fonte do Executivo.

Questionada pela agência Reuters sobre se era mais provável que o Governo tente impor uma multa pesada à Autostrade per l’Italia, a fonte governamental respondeu: "É possível".

O Governo de Giuseppe Conte, que esteve reunido num conselho de ministros extraordinário, anunciou na quarta-feira que ia revogar a concessão da Ponte Morandi, a cargo de uma empresa propriedade da família Benetton.

 A companhia italiana Atlantia que controla a concessionária de autoestradas Autostrade per l’Italia advertiu entretanto, também esta quinta-feira, o Governo de Roma que a decisão de revogar as concessões após a queda da ponte de Génova vai prejudicar os acionistas.

Através de um comunicado a Atlantia lamentou o início de procedimentos no sentido da revogação da concessão à Autostrade per l’Italia porque, reclama, a medida foi anunciada sem que tenha sido feita previamente uma “argumentação especifica” e na ausência de provas sobre as “causas do sucedido.”

A empresa de gestão de infraestruturas tinha como responsabilidade a manutenção da ponte que se desmoronou na terça-feira e que provocou pelo menos 39 mortos.

A Atlantia acrescenta que se a revogação é posta em prática “a concessionária vai ter de reavaliar o valor residual da concessão por causa da aplicação de eventuais indemnizações”.

O comunicado refere também que a formulação do anúncio do governo pode vir a ter impacto para os acionistas e obrigacionistas da sociedade, que a Atlantia tem de “proteger”.

O comunicado foi difundido antes da abertura da Bolsa de Milão tendo a empresa, de acordo com a imprensa de italiana, registado “uma queda de 25%”.

A Atlantia fechou a sessão do dia 14 de agosto com uma queda de 5,39% prevendo-se a situação de hoje nos mercados bolsistas.

O vice-primeiro-ministro e ministro para o Desenvolvimento Económico, Luigi di Maio, disse que “existem todos os motivos para que o Estado não tenha que pagar qualquer indemnização” referindo-se à responsabilidade da concessionária.

Perante os mortos não existem cláusulas”, acrescentou Di Maio numa entrevista à estação Radio24.

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