O Governo venezuelano respondeu hoje ao Governo de Portugal que valoriza os portugueses na Venezuela, mas salientou que ali impera o Estado de Direito e a Justiça, depois de Lisboa manifestar "preocupação" pela detenção de empresários portugueses.
"O Governo Bolivariano da Venezuela partilha com o Governo de Portugal o alto valor da comunidade portuguesa no nosso país. São mais de 400 mil luso-venezuelanos honestos, trabalhadores, muito apreciados e respeitados pelo povo da Venezuela", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, numa mensagem no Twitter.
1. El Gobierno Bolivariano de Venezuela comparte con el Gobierno de Portugal la alta valoración hacia la comunidad portuguesa en nuestro país. Son más de 400 mil luso - venezolanos, honestos, trabajadores, muy apreciados y respetados por el pueblo de Venezuela.
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) 22 de setembro de 2018
Numa outra mensagem, apontou que Portugal sabe do "tratamento especial e diferente" que o Governo venezuelano "ofereceu sempre à comunidade portuguesa" e que "ações individuais ou de um pequeno grupo de empresários jamais ofuscará o brilho e qualidades de tão querida comunidade", numa referência à detenção de mais de três dezenas de gerentes de duas cadeias de supermercados portugueses naquele país.
Na Venezuela impera o Estado de Direito e de Justiça. As suas instituições investigam qualquer delito que se cometa, sem se preocupar com a origem ou procedência dos suspeitos, garantindo sempre o devido processo e acesso à Justiça", adianta o governante.
3. En Venezuela impera el Estado de Derecho y de Justicia. Sus instituciones investigarán cualquier delito que se cometa, sin reparar en el origen o procedencia de los involucrados, garantizando siempre el debido proceso y acceso a la justicia.
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) 22 de setembro de 2018
O Ministério português dos Negócios Estrangeiros informou no sábado que chamou o embaixador da Venezuela em Portugal, Lucas Rincón Romero, para lhe transmitir a "grande preocupação" do Executivo português com a situação dos detidos, entre os quais se encontram mais de três dezenas de cidadãos nacionais ou luso-descendentes.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou na sexta-feira que mais de três dezenas de gerentes de supermercados tinham sido detidos por violarem a lei, acusados de esconderem produtos aos clientes e alterarem os preços, a meio do programa de recuperação económica que implementaram contra a crise que afeta aquele país sul-americano.
O chefe de Estado Português, Marcelo Rebelo de Sousa, já se pronunciou e publicou uma nota na página oficial da Presidência portuguesa, em que manifestou a sua "extrema preocupação" pelas detenções de portugueses e luso-descendentes e assegurou que está a acompanhar "a posição e as diligências promovidas pelo Governo português"
A grave crise económica, política e social que afeta a Venezuela está a provocar que muitos portugueses e luso-descendentes regressem a Portugal, ao mesmo tempo que cidadãos venezuelanos estão a refugiar-se em países vizinhos.