Espanha reduz contratação de imigrantes - TVI

Espanha reduz contratação de imigrantes

(Arquivo)

Governo eliminou empregos na área da construção, serviços e agricultura

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O governo espanhol reduziu praticamente a zero a lista de ocupações de difícil cobertura, usadas para contratar imigrantes nos países de origem, eliminando empregos na área da construção, serviços e agricultura, avança a agência Lusa.

Os cortes, que vão afectar a maioria dos postos preenchidos por imigrantes, inserem-se em medidas anunciadas em Setembro pelo governo espanhol para adequar todos os programas de emprego em vigor no país à actual conjuntura económica.

Entre as medidas previstas, uma das que suscitou mais polémica foi a defendida pelo ministro do Trabalho, Celestino Corbacho, de cortar a contratação nos países de origem, feita através de uma lista de «profissões de difícil cobertura».

«Não parece razoável que com 2,5 milhões de desempregados continuemos a recorrer à contratação na origem», disse Corbacho, explicando que no ano passado vieram para Espanha 200 mil trabalhadores contratados na origem.

Essa lista serviu desde 2005 para a contratação no estrangeiro de mais de 454 mil imigrantes e só na primeira metade deste ano para contratar mais de 88 mil.

A proposta de redução da contratação na origem foi fortemente contestada, com várias forças da oposição, sindicatos e outras associações a afirmarem que só serviria para estimular ainda mais a imigração ilegal.

Ofertas de emprego desaparecem

As declarações de Corbacho, que disse que a redução seria de levar a contratação «praticamente a zero», foram corrigidas pela vice-presidente do governo, María Teresa Fernández de la Vega, que rejeitou liminarmente que isso fosse acontecer.

Porém as estatísticas parecem dar razão a Corbacho e a contratação passará praticamente a zero.

É que ainda que os empregos já eliminados representem um terço do total de empregos na lista, são dos sectores que importaram a quase totalidade da mão-de-obra estrangeira.

A área de serviços, por exemplo, representou 58,6 por cento de todos os contratos desde o início do ano; a de construção 24,29 por cento e a de agricultura 11,85 por cento. Fora da lista ficam, por exemplo, pedreiros, empregados de balcão, empregadas domésticas e peões agrícolas.

Em algumas comunidades autónomas as ofertas de emprego desaparecem praticamente por completo, sendo apenas listados cargos como desportistas profissionais, treinadores ou profissionais da marinha mercante.
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