Tunísia: «Nenhum português sofreu represálias» - TVI

Tunísia: «Nenhum português sofreu represálias»

Tunísia: portugueses acusam Governo de mentir - EPA/LUCAS DOLEGA

Há cidadãos a regressar a Portugal, mas outros dizem que não há razões para temer

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Apesar de muitos portugueses estarem a tentar sair da Tunísia, outros há que não vêem motivos para deixarem os seus empregos e regressar a Portugal, até porque o país «está a regressar à normalidade», noticia a Lusa.

Tunísia: cerca de 50 portugueses à espera de embarcar

«Neste momento são 8:30 (7:30 em Lisboa), nós abrimos o nosso estabelecimento às 8:00 (7:00). Estamos a contactar os nossos clientes, estamos a contar com o sistema bancário, com os sistemas administrativos. Está tudo a começar a trabalhar, a entrar na normalidade, portanto, não temos nenhuma razão para fugir. Nós não estamos em guerra», sublinhou à Lusa José Dias.

A trabalhar há sete anos em Sousse, no centro da Tunísia, com seis familiares, este português não hesitou em dizer que não vê «nenhum razão para regressar a Lisboa».

Segundo José Dias, residem em Sousse cerca de 30 portugueses, a maioria dos quais optou por ficar na Tunísia.

«Nesta altura não se aconselha ninguém a entrar em pânico. Devem-se proteger, como é normal. Nós fazemos a nossa vida normal, mas às 16:00 regressamos a casa. Há que colaborar com situação», exemplificou.

«Não há nenhum problema aqui. Nenhum português sofreu represálias», sublinhou José Dias.

Questionado sobre o acompanhamento prestado pela embaixada, o português disse que tem sido o «necessário».

«Tenho sido contactado duas a três vezes por dia e vou sabendo através da embaixada dos acontecimentos em Tunes», afirmou.

Também Luís Meneses, responsável por uma fábrica em Tunes, optou por ficar na Tunísia.

«É uma avaliação que cada um é que faz, mas as coisas parecem-me no sentido de acalmar», disse à Agência Lusa, acrescentando que «para já» está «optimista».

Também Luís Meneses afirmou ter sido contactado pela embaixada de Portugal em Tunes.

Depois de quase um mês de protestos e de confrontos entre manifestantes e forças de segurança, o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, abandonou o país na sexta-feira, após 23 anos no poder.

A Tunísia mergulhou no caos em meados de Dezembro, quando milhares de pessoas saíram à rua em protesto contra a política económica do Governo e foram reprimidas de forma violenta, causando vários mortos.
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