O prémio Nobel da Física foi atribuído, esta terça-feira, a Arthur Ashkin, Gérard Mourou e Donna Strickland, anunciou a Real Academia Sueca de Ciências.
"A Real Academia Sueca de Ciências decidiu distinguir com o Prémio Nobel da Física 2018 "às invenções inovadoras no campo da física a laser” com metade para Arthur Ashkin, e a outra metade para a colaboração de Gérard Mourou e Donna Strickland".
BREAKING NEWS⁰The Royal Swedish Academy of Sciences has decided to award the #NobelPrize in Physics 2018 “for groundbreaking inventions in the field of laser physics” with one half to Arthur Ashkin and the other half jointly to Gérard Mourou and Donna Strickland. pic.twitter.com/PK08SnUslK
— The Nobel Prize (@NobelPrize) 2 de outubro de 2018
Arthur Ashkin, físico norte-americano, foi distinguido pelas "pinças ópticas e a sua aplicação aos sistemas biológicos", enquanto Gérard Mourou e Donna Strickland foram distinguidos pelo seu método de gerar pulsos óticos ultracurtos de alta intensidade".
Donna Strickland é a primeira mulher a ganhar o prémio nos últimos 55 anos depois de Maria Goeppert Mayer (em 1963) e Marie Curie (em 1903 e 1911).
Segundo o comunicado da academia sueca, as invenções hoje distinguidas "revolucionaram a física do laser".
"Objetos extremamente pequenos e processos incrivelmente rápidos são hoje vistos com uma nova luz. Instrumentos de alta precisão abrem áreas de investigação ainda não exploradas e uma imensidão de aplicações industriais e médicas", pode ler-se no mesmo comunicado.
O norte-americano Arthur Ashkin inventou pinças óticas que apanham partículas, átomos, vírus e outras células vivas com os seus dedos de feixes de laser, o que permitiu concretizar um sonho antigo da ficção científica: usar a pressão da luz para mover objetos físicos, escreve a academia.
Segundo o comunicado, Ashkin começou em 1987 a usar as pinças óticas para capturar bactérias vivas sem as danificar e hoje aquele instrumento é largamente utilizado em investigação.
Já Gérard Mourou e Donna Strickland abriram caminho para a criação dos pulsos de laser mais curtos e intensos jamais criados pelo Homem, explica a academia.
O seu artigo revolucionário foi publicado em 1985 e a técnica que inventaram (chirped pulse amplification, CPA), tornou-se um padrão para os lasers de alta intensidade.
As áreas de aplicação da sua técnica ainda não estão completamente exploradas, mas ela é atualmente utilizada em milhões de cirurgias de correção da visão realizados todos os anos com os mais incisivos feixes de laser.
O prémio Nobel da Física, com um valor pecuniário de nove milhões de coroas (870 mil euros), é o segundo destes galardões a ser anunciado, seguindo-se, nos próximos dias, os da Química, da Paz e da Economia.
Na segunda-feira, o Nobel da Medicina foi atribuído ao norte-americano James P. Allison e ao japonês Tasuku Honjo pelas suas descobertas sobre o papel do sistema imunitário no tratamento do cancro.