Le Pen, nunca, nem pensar. Jean-Luc Mélenchon reafirmou na noite deste domingo, a uma semana da segunda volta das presidenciais francesas, que a candidata da extrema-direita não deve receber qualquer voto dos sete milhões de eleitores que confiaram nele na primeira votação.
Na segunda volta, a França vai-se desembaraçar da senhora Le Pen, e daqui a um mês, desembaraçar-nos-emos da política do senhor Macron, porque esse homem não é capaz de dirigir o país", afirmou Mélenchon numa entrevista à cadeia TF1.
O candidato da esquerda mais radical voltou assim a não dar o seu apoio explícito ao centrista Macron.
Não vos direi se vou votar em branco ou se vou votar em Emmanuel Macron. É uma coisa pessoal", assumiu Mélenchon.
Apesar de continuar a não revelar o seu sentido de voto, o candidato que reuniu mais de sete milhões de apoios na urnas, defende que Marine Le Pen não é alternativa.
Não há ambiguidade na minha posição (...) Eu não votarei na Frente Nacional. Eu combato a Frente Nacional. E digo a todos que me escutam: não cometam o terrível erro de colocar o voto na Frente Nacional, porque empurrariam o país para uma agitação geral, sem fim", sublinhou Mélenchon.
Aposta nas legislativas
Na entrevista à TF1, Mélenchon assumiu-se como não sendo "o mesmo homem que antes, com sete milhões de votos". E mostrou estar a apontar baterias para as eleições legislativas. Porque as presidenciais manterão o país dividido.
Sei que o resultado não dará nenhuma estabilidade ao país. Os dois candidatos não representam senão 45% dos franceses. O que será determinante serão as legislativas e eu vou meter mãos à obra para obter uma maioria parlamentar", concluiu.