A porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Felisberta Vaz, disse, este domingo, que a votação da segunda volta das presidenciais decorre com normalidade em todo o país e que não se registou qualquer "qualquer incidente".
Conforme prevê a lei eleitoral, as mesas de assembleia de voto abriram às 07:00 [mesma hora em Lisboa] em todo o território nacional e na diáspora com ligeiros atrasos em algumas assembleias de voto. O processo de votação está a decorrer com toda a normalidade", afirmou Felisberta Vaz.
A porta-voz da CNE falava à imprensa na sede da Comissão Nacional de Eleições para fazer um primeiro balanço sobre o processo de votação para as eleições presidenciais.
Por outro lado, não merece ênfase o registo de qualquer ato ou incidente no terreno e que possa constituir uma perturbação a este processo, que deu início com a votação antecipada em todas as regiões", salientou Felisberta Vaz.
A porta-voz da CNE apelou também aos presidentes das mesas de assembleia de voto para não permitirem "a utilização de telemóveis e outros instrumentos digitais nas cabines para fotografar boletins de voto para não comprometer a liberdade e confidencialidade do voto, que deve ser livre".
A CNE vai fazer um novo balanço às 18:00, depois do encerramento das urnas às 17:00.
Mais de 760.000 guineenses são hoje chamados às urnas para escolherem o próximo Presidente da Guiné-Bissau, entre Domingos Simões Pereira, candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, candidato do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15).
Sociedade civil fala em fraca afluência às urnas
O coordenador da célula da sociedade civil guineense para a monitorização do processo eleitoral, Rui Semedo, disse à Lusa que a afluência às urnas na segunda volta das presidenciais "está a ser fraca".
Pelas informações, a afluência é muito fraca em relação à primeira volta. As pessoas estão a ir a conta-gotas às assembleias do voto e isso preocupa-nos bastante", afirmou Rui Semedo, num primeiro balanço da votação.
O coordenador da célula, que agrupa várias organizações da sociedade civil guineense, receia que o número da abstenção possa superar o da primeira volta, que foi na ordem de 25%.
Algumas rádios preencheram a sua programação com apelos aos eleitores para se dirigirem às assembleias de voto, indicou Semedo, precisando que a fraca afluência às urnas é registada em todo o território guineense.
Rui Semedo disse ainda que de modo geral a votação decorre dentro da normalidade, salvo duas situações registadas, logo no início do processo, em Tombali, no sul, onde alguns boletins do voto não estavam autenticados, conforme a lei, com o carimbo da Comissão Nacional de Eleições (CNE), na frente e verso.
Avisado, o presidente da Comissão Regional de Eleições (CRE) resolveu a situação antes do início da votação, precisou Rui Semedo.
A mesma situação ocorreu em Biombo, nordeste, sendo que 40 pessoas já tinham votado em boletins não autenticados, disse Semedo.
Aqueles votos foram contabilizados e registados", precisou o coordenador da célula da sociedade civil para a monitorização do processo eleitoral, instituição financiada pela União Europeia.
Em relação aos resultados da votação de hoje dos quais sairá o novo Presidente guineense, Rui Semedo citou fontes oficiosas para apontam que poderão ser conhecidos na terça-feira, mas pediu que sejam proclamados "o quanto antes para evitar especulações e tensões pós-votação".