Investigação a fraude nas eleições do Irão

O líder do Supremo tribunal do Irão, Ali Khamenei, «apelou à calma nas ruas» e explicou, esta segunda-feira, que a queixa apresentada pelo candidato derrotado seguirá «o caminho da lei». Ou seja, foi aceite e será realizada uma investigação à acusação de fraude nas eleições realizadas na última sexta-feira, de acordo com agências de notícias internacionais.

Segundo informações do embaixador português, recolhidas junto de algumas testemunhas, a situação durante a noite terá sido muito tensa. Tendo ocorrido confrontos em Teerão e noutras cidades entre apoiantes de Moussavi, seguidores do presidente Ahmadinejad, forças da polícia e milícias pró-regime.

Portugueses a salvo

A situação que se vive em Teerão, capital do Irão, «é tensa», mas os 22 portugueses residentes no país «estão bem», afirmou o embaixador português, José Moreira da Cunha. Veja aqui as declarções do embaixador português à TVI

A mesma fonte relatou que os confrontos e manifestações da noite passada registaram-se perto da residência da Embaixada portuguesa. No entanto, garante que se mantém em contacto com os portugueses, a quem tem aconselhado calma, que fiquem em casa e evitem zonas próximas de manifestações.



Irão: proibidos protestos a favor de Moussavi

Apesar de proibida pelo Ministério do Interior, está prevista uma marcha de apoiantes do candidato derrotado nas eleições Mir Hossein Moussavi. O protesto deverá acontecer numa das mais emblemáticas praças de Teerão.

O embaixador português reconhece ainda que à falta de informação e que isso leva à circulação de rumores e boatos. «Domingo à noite, a situação estava muito tensa, com manifestações próximo da residência da embaixada e a televisão iraniana mostrava um jogo de futebol, enquanto que os outros canais mostravam programas de diversão».

Irão: Moussavi apela à anulação das eleições

No entendimento do embaixador os confrontos resultam do embate entre dois sectores importantes da população, que representam duas realidades actuais no Irão. «Vejo a situação muito tensa e vejo dificuldade em parar este movimento de contestação e desânimo», conclui.

Artigo actualizado às 12h07