A British Airways, a easyJet e a Ryanair processaram o governo britânico devido à política da quarentena, que ameaça ainda mais postos de trabalho na aviação do Reino Unido.
As companhias aéreas queixam-se de que as medidas impostas pelo executivo de Boris Johnson são “ilógicas e injustas” e prejudicam gravemente a recuperação económica da indústria.
Em causa está o período de quarentena de 14 dias imposto a todos os passageiros vindos de voos internacionais, incluindo cidadãos britânicos, que entrou em vigor na segunda-feira.
Em comunicado, as empresas alegam que não há “evidência científica” que justifique uma medida tão “severa”.
Caso o tribunal permita uma revisão judicial das medidas, o governo britânico terá de apresentar as provas científicas que sustentaram a necessidade de impor as restrições.
Outra das objeções das empresas é a proposta de criação de “pontes aéreas”, o nome dado a acordos bilaterais entre países com baixas taxas de infeção.
As companhias aéreas ainda não viram nenhuma evidência de como e quando as 'pontes aéreas' propostas entre o Reino Unido e outros países sejam implementadas”, defe.
As três empresas duvidam do dispositivo e pedem ao Governo que restabeleça a quarentena introduzida em 10 de março, válida apenas para viajantes de países de alto risco.
Após o encerramento das suas atividades por longas semanas devido à Covid-19, o setor aéreo planeou uma retomada muito gradual dos voos neste verão, mas esses planos seriam interrompidos por esta quarentena.
Esta última, com duração de 14 dias, será reavaliada a cada três semanas e diz respeito a todas as chegadas por terra, mar e ar, independentemente de os viajantes residirem ou não no Reino Unido.
Verificações aleatórias serão implementadas e os infratores terão uma multa de 1.000 libras (1.122 euros).
Exceções são feitas para transportadores rodoviários, pessoal de saúde, apanhadores de fruta ou viajantes da Irlanda.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 418 mil mortos e infetou mais de 7,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.