Covid-19: "Liberdade" é a palavra de ordem em França. Milhares protestam contra as restrições - TVI

Covid-19: "Liberdade" é a palavra de ordem em França. Milhares protestam contra as restrições

  • Agência Lusa
  • NM
  • 24 jul 2021, 21:25

A polícia estima que tenham participado 11 mil manifestantes na capital, Paris, e cerca de 150 mil em mais cerca de uma centena de cidades, incluindo Marselha

Aos gritos "liberdade, liberdade", milhares de pessoas manifestaram-se este sábado em França contra as novas medidas do Governo para debelar a pandemia da covid-19, que recrudesceu no país com a variante Delta do novo coronavírus, a mais contagiosa.

A polícia estima que tenham participado 11 mil manifestantes na capital, Paris, e cerca de 150 mil em mais cerca de uma centena de cidades, incluindo Marselha.

Em Paris, um grupo de manifestantes, essencialmente pertencentes ao movimento anti-Governo "coletes amarelos", envolveu-se em incidentes esporádicos com a polícia, segundo a agência noticiosa AFP.

Na rede social Twitter, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, condenou "os comportamentos violentos que visaram alguns polícias e jornalistas", mencionando que seis pessoas foram interrogadas em Paris, onde incidentes ocorreram perto dos Champs-Élysées.

Milhares de pessoas, quase todas sem máscara, juntaram-se ainda ao som do hino francês na Praça do Trocadéro, seguindo o apelo do ex-deputado europeu da extrema-direita Florian Philippot.

As manifestações sucedem quando, de acordo com uma sondagem, a maioria dos franceses é favorável à decisão tomada em 12 de julho pelo Presidente Emmanuel Macron de tornar obrigatória, a partir de 15 de setembro, a vacinação contra a covid-19 para médicos e enfermeiros e outros profissionais que trabalham em hospitais e lares de idosos.

A extensão do uso do certificado digital covid-19 (que atesta a vacinação, a testagem negativa ou a recuperação da doença) à maioria dos locais públicos é igualmente aprovada por grande parte dos franceses, segundo a mesma sondagem, divulgada em 13 de julho.

Obrigatório em locais culturais e de lazer, este "passe sanitário" passará a ter de ser mostrado a partir de agosto para entrar em cafés, restaurantes e comboios.

O anúncio por parte do chefe de Estado francês das novas medidas levou à aceleração da vacinação: na sexta-feira, 48% da população tinha a vacinação completa e 58% tinha recebido pelo menos uma dose.

Contudo, o número de contágios aumentou significativamente devido à variante Delta, passando de 4.500, em 09 de julho, para cerca de 21.500, na sexta-feira.

A oposição às novas medidas governamentais agrega movimentos anti-máscaras, anti-vacinas e anti-confinamento.

Há uma semana, mais de 110 mil pessoas manifestaram-se em França contra a vacinação ou o "passe sanitário".

A pandemia da covid-19 provocou pelo menos 4,1 milhões de mortos em todo o mundo, entre mais de 192,5 milhões de infetados, segundo o balanço mais recente da AFP.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

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