Dezenas de pessoas manifestaram-se esta quinta-feira junto ao Supremo Tribunal de Israel contra a análise por este de petições para desqualificar Benjamin Netanyahu para o cargo de primeiro-ministro, dado enfrentar acusações criminais.
À volta de 100 pessoas, muitas com bandeiras israelitas e cumprindo a distância social determinada pela pandemia do novo coronavírus, manifestaram-se contra o que designaram de intervenção judicial no processo democrático.
O Supremo Tribunal está a destruir a democracia” ou “O povo é soberano” podia ler-se em faixas que os manifestantes seguravam.
O tribunal tem marcada para domingo a audição de várias petições de organizações não-governamentais contra um acordo de governo de união feito por Netanyahu e o seu principal adversário, o antigo chefe de Estado das Forças Armadas Benny Gantz.
O acordo de partilha de poder, assinado no início do mês após mais de um ano de impasse político e de três eleições legislativas inconclusivas, prevê que Netanyahu ocupe o cargo de chefe de governo durante os primeiros 18 meses, após o que será substituído por Gantz.
As ONG pedem ao tribunal que proíba que qualquer político acusado, como é o caso de Netanyahu, possa formar um novo governo.
Benjamin Netanyahu é acusado de suborno, fraude e abuso de confiança em três diferentes casos de corrupção. O seu julgamento está marcado para começar no próximo mês, depois de ter sido adiado devido à pandemia de Covid-19.
Se o tribunal decidir a favor dos peticionários, o acordo Netanyahu-Gantz pode ser anulado, levando o país às quartas eleições em pouco mais de um ano.