Iémen: milhares exigem demissão imediata de Saleh

A oposição do Iémen deu um prazo de duas semanas para o presidente do país deixar o poder. Mas milhares de pessoas saíram às ruas da capital, Sanaa, exigindo que Ali Abdullah Saleh deixe de imediato o cargo.

De acordo com a cadeia televisiva Al Jazeera, centenas de milhar pessoas de pessoas saíram à rua, depois das orações de sexta-feira.

Além de protestos na capital, há ainda notícia de manifestações na cidade de Taiz, em Áden e na província de Hadramawt.

Segundo a Al Jazeera, os manifestantes estão a exigir a saída imediata do presidente, depois da oposição ter dado a Saleh duas semanas para se afastar do poder, na sequência da recusa de um plano proposto pela Arábia Saudita para resolver a crise no país.

«Renovamos a ênfase da necessidade de acelerar o processo [de Saleh] se afastar em duas semanas», dissera Mohammed al-Mutawakkil, um dos mais importantes líderes da oposição, esta quinta-feira.

Saleh, que se encontra no poder desde 1978 e já disse que se manterá na presidência até ao final do seu mandato em 2013, apelou ao diálogo com os seus opositores.

O chefe de Estado, que também recebeu o apoio de dezenas de milhar de manifestantes em Sanaa, diz que este é um sinal de legitimidade.

Outra das justificações que dá para se manter no poder, apesar da contestação popular, é a de não querer «deixar cair o país no caos».

Contudo, a permanência parece ser cada vez mais difícil. Esta quinta-feira, líderes tribais e vários responsáveis religiosos manifestaram o seu apoio às exigências dos manifestantes, que querem o fim do actual regime.

Nos últimos dois meses de protestos, pelo menos 116 pessoas morreram.