A pouco menos de um mês de o Chile votar sobre uma revisão constitucional, a polícia iniciou um processo de retaliações violentas contra manifestantes na capital, Santiago.
Na sexta-feira, agentes da força policial Carabineros usaram gás lacrimogéneo e jatos de água para dispersar manifestantes que se juntaram na Plaza Italia, local palco de violentos confrontos.
Vídeos mostram um rapaz de 16 anos a ser carregado pela polícia até uma ponte e a ser largado contra o rio Mapocho. O corpo do jovem permaneceu imóvel, de cabeça virada contra o canal de água.
Enquanto os manifestantes fugiam, vimos o momento em que um agente interceptou o jovem e atirou-o de uma ponte”, disse Pavel Pavelic Jofre, ativista que liderou um grupo de voluntários durante os protestos.
Pavel explica que conseguiu com que dois voluntários assistissem o rapaz. Momentos depois, foi levado para o hospital.
Questionado sobre o incidente, o general Enrique Monrás, porta-voz dos Carabineros, não excluiu a responsabilidade da força policial na agressão, mas sublinhou que era provável que o rapaz “tenha perdido o equilíbrio e tenha caído da ponte”.
Fontes hospitalares disseram à imprensa local que o rapaz está estável e a receber tratamentos na Clínica de Santa Maria, a poucos metros de onde o incidente ocorreu.
Vários políticos da oposição juntaram-se para pedir a demissão do general Mario Rozas, diretor dos Carabineros, na sequência de múltiplas alegadas violações de direitos humanos.