Espanha: há acordo, não quer dizer que haja Governo - TVI

Espanha: há acordo, não quer dizer que haja Governo

Pedro Sánchez e Albert Rivera (Foto: Juan Medina/Reuters)

Ciudadanos e PSOE chegam a um entendimento inesperado, com cedências de ambas as partes. Mas ainda precisam do PP de Mariano Rajoy

As exigências do Ciudadanos foram aceites pelo PSOE, que em troca receberá o voto a favor daquele partido para que Pedro Sánchez venha a ser primeiro-ministro. O acordo não está ainda assinado, mas já é assumido como certo. Só que isso não quer dizer que venha mesmo a haver Governo, até porque o Podemos já avisou que vai votar contra. E o PP de Mariano Rajoy? Falta saber se opta pela abstenção, deixando passar, ou também bloqueie a solução governativa.

O PSOE escreve, no Twitter, que se trata de um "acordo de investidura e também de legislatura". O Ciudadanos fala numa "nova etapa política". Ambos destacam o consenso em mais de 200 reformas".

O acordo inclui cedências importantes por parte dos socialistas, como não subir impostos. 

 

Mas também do Ciudadanos, que deixou cair o contrato único, aceitando um sistema com três modalidades. 

 

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Quando nada parecia fazer crer que Pedro Sanchez e Albert Rivera pudessem chegar a um entendimento, eis que ele acontece. Ainda recentemente o Ciudadanos recusava liminarmente a possibilidade de viabilizar um Governo do PSOE.

Mas lá chegaram a um acordo, “amplo, nas não exaustivo”, segundo a classificação dada por um dos negociadores ao “El País”. Resta saber se o Ciudadanos continuará a defender a sua posição de não integrar um Governo PSOE, influenciando apenas a composição do Executivo com a indicação de ministros independentes.

Seja como for, pode não bastar para haver mesmo Governo em funções. Com o bloqueio já anunciado do Podemos, resta esperar a abstenção do PP. Se não vier a acontecer, Ciudadanos e PSOE não conseguem ter os votos suficientes. 

O impasse político em Espanha dura desde o dia 20 de dezembro, diz em que o PP de Mariano Rajoy venceu as eleições, mas sem maioria para governar. Sim, lembra o que aconteceu em Portugal, mas os acordos à esquerda foram mais rápidos a firmar.

Depois de uma série de reuniões, Rajoy recusou formar governo. O PSOE mostrou-se dias depois disposto a fazê-lo e o rei propôs que fosse então Pedro Sánchez candidato a primeiro-ministro. 

As exigências do Podemos não foram acatadas pelos socialistas, na semana passada, e a primeira reunião a quatro entre a esquerda - PSOE, o Podemos, a Izquierda Unida e o Compromís - terminou na segunda-feira sem acordo. A geometria tem agora no Ciudadanos e no PSOE uma possível solução. Estão numa situação como aquela que às vezes acontece nas competições futebolísticas: dependentes de outros para ganhar. 

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