Embaixador do Irão na ONU diz que morte de general iraniano foi um "ato de guerra" - TVI

Embaixador do Irão na ONU diz que morte de general iraniano foi um "ato de guerra"

  • RL
  • 4 jan 2020, 09:46

“Não podemos fechar os olhos ao que aconteceu: definitivamente haverá uma vingança, uma vingança dura”, disse Majid Takht-Ravanchi

O embaixador do Irão na ONU, Majid Takht-Ravanchi, afirmou na sexta-feira que a morte do poderoso general iraniano Qasem Soleimani, num ataque dos Estados Unidos ordenado por Donald Trump, foi “um ato de guerra”.

“Na verdade, foi um ato de guerra dos Estados Unidos contra o povo iraniano”, declarou o diplomata em entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNN.

Para Ravanchi, o ataque dos Estados Unidos com um ‘drone’, em Bagdad, que também visou o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, constitui “um novo capítulo que equivale a abrir uma guerra contra o Irão”.

“Não podemos fechar os olhos ao que aconteceu: definitivamente haverá uma vingança, uma vingança dura”, advertiu.

Qassem Soleiman, comandante da força de elite dos Guardiães da Revolução iranianos, Al-Qods, morreu num ataque dos EUA com um ‘drone’ [aparelho aéreo não tripulado], em Bagdad, na sexta-feira, juntamente com o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras seis pessoas.

O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte de Soleimani, e o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano disse que a vingança ocorrerá “no lugar e na hora certos”.

Tanto para os seus apoiantes, como para os seus críticos, Qassem Soleimani, que desempenhou um papel importante no combate aos ‘jihadistas’, era encarado como o homem-chave da influência iraniana no Médio Oriente, tendo reforçado o peso diplomático de Teerão, nomeadamente no Iraque e na Síria, dois países onde os Estados Unidos estão envolvidos militarmente.

O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a tensão tem vindo a subir de tom desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente, em meados de 2018, Washington do acordo internacional sobre o dossiê nuclear iraniano (firmado em 2015), e decidiu restaurar sanções devastadoras para a economia iraniana.

Para reforçar uma eventual resposta a uma reação iraniana, os Estados Unidos decidiram enviar mais 3.000 militares para o Médio Oriente.

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