Mais de 50 mortos e cerca de 200 feridos em debandada no funeral do general Soleimani. Cerimónia adiada - TVI

Mais de 50 mortos e cerca de 200 feridos em debandada no funeral do general Soleimani. Cerimónia adiada

  • BC - atualizada às 15:48
  • 7 jan 2020, 09:45

General iraniano morto em ataque dos Estados Unidos era enterrado em Kerman, a sua terra natal, esta terça-feira

O número de mortos na debandada que ocorreu hoje no Irão, durante o funeral do general Qassem Soleimani, foi revisto para "mais de 50", com o número de feridos a ascender aos 212, segundo um novo balanço do responsável do Instituto Médico-Legal da cidade, Abbas Amian, divulgado pelos media iranianos.

A debandada ocorrida esta terça-feira durante o cortejo fúnebre do general iraniano Qassem Soleimani em Kerman causou “mais de 50 mortos”.

A agência oficial ISNA, citando o chefe dos serviços de socorro de Kerman, Mohammad Sabéri, indicou, por seu turno, que 212 pessoas ficaram feridas no acidente, “das quais um pequeno número” está em “estado grave”.

Abbas Amian disse ainda que as 50 vítimas morreram asfixiadas.

A BBC refere que, devido à debandada, o funeral de Soleimani foi adiado e uma nova data será revelada oportunamente.

Infelizmente, como resultado da debandada, alguns dos nossos compatriotas ficaram feridos e outros morreram durante as cerimónias fúnebres", declarou Pirhossein Koulivand, chefe dos serviços de emergência iraniano.

A debandada ocorreu na cidade natal do general iraniano Qassem Soleimani, Kerman, onde dezenas de milhares de pessoas se concentraram hoje para suas cerimónias fúnebres de Soleimani.

Os primeiros vídeos publicados na Internet mostram pessoas sem vida nas ruas e outras a gritar, tentando ajudar as vítimas da debandada.

Os habitantes de Kerman afluíram hoje em massa ao centro da cidade iraniana, onde vai ser enterrado o general Qassem Soleimani.

Dezenas de milhares de pessoas, vestidas de preto, empunhavam imagens de Soleimani e exigiam vingança contra os Estados Unidos, aumentando drasticamente as tensões no Médio Oriente.

Na segunda-feira, a polícia iraniana disse que milhões de pessoas se concentraram em Teerão para prestar homenagem ao general e às restantes vítimas do ataque aéreo norte-americano em Bagdad.

O enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai realizar-se no sul do Irão, numa cerimónia que vai ser presidida pelo líder supremo iraniano, ‘ayatollah’ Ali Khamenei.

Qassem Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.

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