A320: «Encontrámos um ficheiro áudio com vozes» - TVI

A320: «Encontrámos um ficheiro áudio com vozes»

Responsáveis pela investigação revelam que foi já encontrada informação útil, mas que ainda está a ser analisada. Ainda assim, alguns cenários foram já descartados como a explosão do avião no ar

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O Instituto de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês) revelou esta quarta-feira, em  conferência de imprensa, que foi encontrado um ficheiro áudio «com informação útil» que pode ser utilizado na investigação. O conteúdo do ficheiro está ainda a ser analisado, mas a investigação descarta para já alguns cenários como a influência de condições meteorológicas, a explosão no ar e a despressurização e paragem dos motores. 
 
A caixa negra foi encontrada às 17:00 de terça-feira (hora local) e foi entregue ao BEA selada.

«Conseguimos retirar algum áudio, ficheiros utilizáveis, mas é ainda cedo para tirar conclusões sobre o que aconteceu», disse, admitindo porém que não se sabe ainda quando tempo levará a estudar o ficheiro e a interpretar a informação, nomeadamente de quem é a voz no áudio. O responsável disse ainda que o áudio «é um arquivo digital» e «é improvável que haja uma grande degradação na qualidade».
 
«Vai demorar tempo», disse sem adiantar a duração dos ficheiros e o conteúdo das conversas dos pilotos.
 
O diretor do Instituto, Remi Jouty, explicou que o avião embateu nas montanhas a alta velocidade e que a última comunicação do avião foi de rotina, em que confirmava a trajetória a seguir. O responsável adianta que, um minuto depois, o avião começou a perder altitude até ao embate, admitindo que de momento não há ainda explicações para queda do avião.

«Nesta fase, não somos capazes de ter qualquer explicação ou interpretação das razões que levaram o avião a esta descida e das razões pelas quais não responderam às tentativas de contacto com as torres de controlo», disse.

 
Remi Jouty descartou ainda o cenário de que o avião tenha explodido no ar, afirmando que o «avião voou até ao fim», descendo a 3.000/3.500 pés por minuto «de forma constante».

«Destroços tão pequenos não são característicos de um avião que explodiu no ar», disse.

O responsável disse ainda que não há nenhuma teoria que aponte para um cenário de atentado e que não há igualmente indícios que indiquem a despressurização ou a influência das condições meteorológicas no desastre.

«Nesta fase, não há nenhum indício do cenário de despressurização», disse, disse admitindo que o «avião bateu a uma grande velocidade contra a montanha, desintegrando-se».


Sobre as caixas negras, Remi Jouty explicou que o conteúdo da primeira está a ser atualizado em Paris e que «não há nenhum elemento» da segunda caixa negra, admitindo que é raro que «fique em pedaços». François Hollande tinha adiantado, em conferência de imprensa, que foi encontrado o «envelope» da segunda caixa, mas que ainda se procura o conteúdo.
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