Cerca de mil pessoas, sobretudo mulheres, participaram nesta rara demonstração de apoio aos direitos femininos neste país africano.
O protesto foi motivado por uma série de ataques a mulheres, que foram despidas e assediadas, porque estavam a usar minissaias ou roupas curtas.
O ativista Boniface Mwangi vestiu um vestido e marcou presença. «Podia ter sido a minha mulher, a minha filha, a minha mãe», justificou à Reuters.
Today l wore a traditional African man dress to say no any form of violence against women.I'm proud of my African heritage.#MyDressMyChoice
— Boniface Mwangi (@bonifacemwangi) 17 novembro 2014
My brother @bonifacemwangi wearing a dress at #MyDressMyChoice pic.twitter.com/ymuZ4lOb1W
— james wamathai (@uqweli) 17 novembro 2014
A assistir ao protesto estava James Macharia, um estudante de 26 anos que defende o ponto de vista dos agressores. «Uma mulher africana deve ser decente. Elas estão a provocar-nos e acho que temos de ter leis a proibirem isto», afirmou, citado pela Reuters.
Pelo menos dois vídeos foram divulgados nas redes sociais, de um ataque em Mombaça e de outro em Nairobi, filmados com telemóveis. Nas imagens, pode ver-se grupos de homens que cercam as mulheres, despem-nas e batem-lhes.
No caso de Nairobi, o vídeo foi filmado numa rua cheia de gente e de dia. O vice-presidente queniano, William Ruto, chamou-lhe um ato «bárbaro». Já o inspetor-geral da polícia, David Kimaiyo, apelou à vítima para que desse a cara e apresentasse queixa. No entanto, os crimes sexuais raramente são julgados no Quénia.
Estes dois vídeos motivaram uma campanha nas redes sociais, com a hashtag #MyDressMyChoice.
#MyDressMyChoice pic.twitter.com/FTvaOfn1oY
— Evelyn Macua (@evelynmacua) 17 novembro 2014
Proud to be a Kenyan woman today. People took it from a hashtag to a protest and thousands turned up. #MyDressMyChoice
— muki (@Muki254) 17 novembro 2014
Undressing someone is sexual harassment and rape by the law, this acts should be punished with every measure of the law #MyDressMyChoice
— Evans (@vanskari) 17 novembro 2014
Women in #Kenya are demonstrating. Demanding for the Right to dress anyhow they want. Men don't want to hear any of that. #MyDressMyChoice
— NWOSU kingson (@padozki) 17 novembro 2014
No entanto, ao mesmo tempo, a hashtag #NudityIsNotMyChoice junta aqueles que defendem a culpa das mulheres nestes ataques.
There was a reason, why it was called "private parts" keep them to yourself please.. we don't need to see them #NudityIsNotMyChoice.
— Shazmida (@shaz_darling) 17 novembro 2014
The laws of the universe hv not changed. Dont walk naked #nudityisnotmychoice
— Josiah onunda (@josiocie) 17 novembro 2014