A China recomendou esta terça-feira aos turistas e estudantes chineses que evitem visitar a Austrália, apontando incidentes de natureza "racista" envolvendo pessoas de origem chinesa, numa altura de tensão nas relações bilaterais.
O Ministério da Educação da China pediu hoje aos alunos do país que "tenham cuidado antes de escolherem a Austrália para continuarem os seus estudos", justificando o alerta com "múltiplos casos de discriminação contra asiáticos na Austrália", após a epidemia de Covid-19, que surgiu na China, no final do ano passado.
Na sexta-feira, o ministério do Turismo emitiu um alerta semelhante.
Os avisos surgem depois de Camberra ter sugerido, em abril passado, a abertura de uma investigação internacional sobre a forma como a China lidou com o novo coronavírus, levando o embaixador chinês na Austrália, Cheng Jingye, a advertir para um possível boicote aos produtos e serviços australianos, por parte dos consumidores chineses.
Os estudantes chineses são de longe os mais numerosos entre os alunos estrangeiros na Austrália e a sua contribuição constitui uma fonte de receitas considerável para as universidades do país.
Pequim também boicotou, nas últimas semanas, através dos procedimentos alfandegários, as exportações australianas de cevada e carne bovina, importantes para a economia do país.
Na segunda-feira, o ministério dos Negócios Estrangeiros da China deu um retrato alarmante da situação das pessoas de origem asiática no país.
Muitos chineses foram insultados ou até feridos na Austrália, e inscrições racistas contra os chineses apareceram nas ruas", disse a porta-voz do ministério Hua Chunying.
O ministro do Comércio da Austrália, Simon Birmingham, reconheceu na rádio, na segunda-feira, que houve incidentes racistas, mas ressalvou que o país continua a ser um destino seguro.