Raif Badawi: segunda sessão de chicotadas deverá ser adiada - TVI

Raif Badawi: segunda sessão de chicotadas deverá ser adiada

Médicos consideram que blogger não tem condições para suportar novas agressões castigo deverá ser outra vez adiado

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Raif Badawi, o blogger da Arábia Saudita que foi condenado a uma pena de prisão e a mil chicotadas em praça pública, não está em condições de ser castigado novamente esta sexta-feira, como está previsto, avança a Amnistia Internacional.

As 50 chicotadas estipuladas para esta sexta-feira deverão ser adiadas, depois de um comité médico ter considerado que Badawi ainda não está em condições físicas de conseguir suportar as agressões.

A conclusão foi inferida após uma equipa de oito médicos ter realizado vários exames ao blogger, no hospital King Fahd, em Jeddah, esta quarta-feira. 

O caso de Badawi está a chocar o mundo: o ativista de 31 anos, preso desde 2012, foi condenado em maio do ano passado a 10 anos de prisão e a mil chicotadas (50 de cada vez, ao longo de 20 semanas), por ter criticado vários clérigos da Arábia Saudita no seu blog.

A primeira sessão de 50 chicotadas aconteceu a 9 de janeiro e foi registada num vídeo publicado no Youtube. Junto a uma mesquita em Jeddah, o blogger foi espancado enquanto uma multidão de centenas de pessoas assistia, gritando «Allahu Akbar» (Deus é Grande) e aplaudindo. Uma semana depois, Badawi não tinha condições físicas para suportar um novo castigo, e este acabou por ser adiado para esta sexta-feira.

Muitos países e organizações internacionais, como a ONU, os Estados Unidos e a União Europeia, já condenaram a punição. Vigílias nas embaixadas sauditas têm decorrido em vários países e um movimento que exige a libertação imediata do blogger tem estado muito presente nas redes sociais, através da hashtag #FreeRaif.

 
Apesar do relatório médico, a Amnistia teme que as autoridades da Arábia Saudita decidam, ainda assim, realizar a sessão esta sexta-feira.

«Raif Badawi ainda está em risco. Não podemos ter a certeza que as autoridades da Arábia Saudia vão seguir o conselho médico e permitir adiar o castigo», disse o diretor da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África ao «The Guardian».

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