Há meninas de nove anos que são escravas sexuais do Estado Islâmico - TVI

Há meninas de nove anos que são escravas sexuais do Estado Islâmico

Nihad Alawsi, de 17 anos, foi raptada pelo Estado Islâmico e violada

A denúncia é de uma organização que tenta salvar estas crianças. Nihad Barakat Shamo Alawsi é uma das ativistas. Tinha 15 anos quando foi raptada, violada e vendida pelos jihadistas

Nihad Barakat Shamo Alawsi tinha 15 anos quando foi raptada por elementos do Estado Islâmico. Os jihadistas raptaram centenas de yazidis na cidade de Sinjar, no norte do Iraque.Para além de Nihad, outros 27 membros da sua família foram raptados.

Uma “manhã negra”, como começou por dizer, na quarta-feira, a uma plateia, em Londres. Passaram-se dois anos, a rapariga conseguiu fugir, mas, a sua luta contra o Estado Islâmico não terminou. Na fuga, Nihad Barakat Shamo Alawsi não pôde trazer o filho. É hoje ativista da fundação britânica AMAR, que tenta salvar as jovens feitas escravas sexuais pelo Estado Islâmico.

A fundação AMAR já percorreu vários países para sensibilizar para a causa das escravas sexuais do Estado Islâmico. No último apelo colocado no Twitter, a organização afirma que "há meninas de apenas nove anos que estão nas mãos do Daesh"

 

 

Eles violam-nos, eles matam os nossos homens, eles tiram os nossos bebés”, afirmou Nihad Alawsi, agora com 17 anos.

Com o objetivo de angariar fundos e apoio de governos para a causa das escravas sexuais do Estado Islâmico, Nihad Alawsi contou a sua história, que é a história de muitas raparigas iraquianas.

“O pior momento foi a tortura em Mossul”. “Fomos agredidas e violadas repetidamente durante duas semanas”. E, depois, são dadas a outros homens como escravas sexuais.

O homem que ficou com Nihad veio a falecer poucas semanas depois e a jovem foi, por conseguinte, entregue a um outro homem, que já tinha uma mulher e uma outra escrava. Durante um mês, este segundo homem agrediu-a e violou-a. A jovem yazidi acabou por engravidar.

Pensava naquela criança que eu carregava como um membro do Daesh, que se tornaria num criminoso do Daesh quando crescesse”, disse, como cita a Reuters.

Nihad conseguiu fugir três meses depois de dar à luz a um menino, “mas o bebé ficou”.

Hoje, a viver num campo de refugiados no Iraque, com a mãe, Nihad concluiu, perante a audiência, que aquilo que tem agora “não é viver, nós não temos uma vida enquanto o resto da nossa comunidade não for libertada pelo Daesh”.

Dois irmãos e duas irmãs de Nihad continuam nas mãos do Estado Islâmico. No verão de 2014, o Estado Islâmico capturou cerca de 5000 homens e mulheres e apenas 2000 conseguiram escapar. Segundo as Nações Unidas, 3500 pessoas, na maioria mulheres e raparigas da comunidade yazidi, estão em poder dos jihadistas.

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