O veterano de Guerra Ray Chavez, de 106 anos, morreu, esta quarta-feira, na sua casa em Poway, na Califórnia. De acordo com a CNN, que cita fonte da família, Chavez morreu pacificamente, durante o sono.
Ray Chavez estava na Marinha norte-americana, destacado em Pearl Harbor, no Havai, quando os japoneses lançaram o ataque sobre a ilha, na manhã de 7 de dezembro de 1941, atirando os Estados Unidos para a II Guerra Mundial.
Apesar da idade e dos problemas de mobilidade a ela inerentes, Ray Chavez passou os últimos anos a viajar pelo país, em homenagens a veteranos de guerra. Este ano, esteve com o presidente Donald Trump numa reunião, na Casa Branca. Um encontro que Trump recorda agora, numa publicação no Twitter.
We are saddened to hear the oldest living Pearl Harbor veteran, Ray Chavez, has passed away at the age of 106. We were honored to host him at the White House earlier this year. Thank you for your service to our great Nation, Ray! pic.twitter.com/CA7Xdcxz89
— The White House (@WhiteHouse) 22 de novembro de 2018
A saúde de Chavez sofreu fortes declínios nos últimos meses e o veterano de guerra manifestou o último desejo de ser enterrado no Cemitério Nacional de Miramar, um cemitério federal militar situado em San Diego, na Califórnia.
Ray sentia-se honrado em servir o seu país e em lutar entre os heróis. Adorava encontrar-se com os seus camaradas de armas. Ele adorava passar o seu tempo a falar com as crianças nas escolas, porque não queria que Pearl Harbor fosse esquecido”, diz a família em comunicado.
Em maio deste ano, Ray Chavez deu uma entrevista à CNN, onde falou dos tempos que passou na ilha de O'ahu, no Havai, onde se situava a base naval de Pearl Harbor.
Revelou que se juntou à Marinha dos Estados Unidos, encurajado pela mulher, “porque ela adorava a Marinha e era uma espécie de esposa da Marinha”. “No final da guerra, ela queria que eu permanecesse na Marinha, mas eu já tinha demasiada guerra dentro de mim e saí”, revelou.
Na manhã de 7 de dezembro de 1941, uma patrulha detetou um submarino japonês perto das águas restritas de Pearl Harbor. Foi a mulher quem o acordou a dizer que a guerra tinha começado. “Quando ela viu o início da guerra, entrou, acordou-me e eu não podia acreditar no que ela me estava a contar. Depois da insistência dela para me acordar, lá fui ver. Ela tinha razão”, contou, na mesma entrevista à CNN.
E lá estavam os navios em chamas e uma terrível cortina de fumo por todo o porto, cobrindo-o por completo”, recordou.
Ray Chavez dizia que todos os dias pensava no ataque a Pearl Harbor: “Não de uma maneira histérica ou com maus pensamentos sobre o assunto. Mas nunca desapareceu da minha mente”.