Três irmãos portugueses acusados de explorar madeira ilegal no Congo - TVI

Três irmãos portugueses acusados de explorar madeira ilegal no Congo

  • 26 jun 2018, 00:29
Camião carregado de madeira - África

Organização não-governamental Global Witness acusa a empresa Norsudtimber, do Liechtenstein, de liderar as concessões no país africano e de operara ilegalmente na maioria dos locais

A organização não-governamental Global Witness divulgou esta terça-feira uma investigação sobre a exploração madeireira ilegal na República Democrática do Congo (RDCongo), que envolve a empresa Norsudtimber, do Liechtenstein, que é detida por três irmãos portugueses.

A Global Witness revela que a empresa europeia Norsudtimber, a maior detentora de concessões de exploração madeireira, cobrindo 40 mil quilómetros quadrados de floresta tropical na RDC, está a operar ilegalmente em 90% dos seus locais", lê-se no documento que acompanha a divulgação do relatório.

No relatório de mais de 140 páginas, que explora as ligações entre a exploração madeireira e as redes ilegais de venda de madeira em todo o mundo, aproveitando o caos político e legal neste país africano, lê-se que "Portugal é um dos principais importadores de madeira da Norsudtimber" e que a Noruega e a França estão a planear financiar um programa de 18 milhões de dólares para expandir a atividade da empresa na RDCongo.

Com o título 'Falhanço Total dos Sistemas', o relatório explica que esta expansão da atividade "poderá gerar mais 35 milhões de toneladas em emissões de dióxido de carbono, em contradição direta com os compromissos internacionais na área do clima e da proteção da floresta".

A investigação levada a cabo durante dois anos por esta ONG dá conta de que 78% das exportações da empresa Norsudtimber vai para a China e o Vietname, e 11% para Europa, principalmente para Portugal e França.

O relatório mostra uma teia global de secretismo, composta por paraísos fiscais companhias fantasma no Liechtenstein, Dubai e Hong Kong, que está a facilitar o comércio internacional secreto, ao mesmo tempo que protege do escrutínio três irmãos portugueses no topo da empresa", diz a apresentação do relatório, disponível na página da Global Witness na Internet e no qual estes empresários são nomeados.

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