Um acampamento com pelo menos 1.500 imigrantes no norte de Paris, onde maioritariamente sudaneses, afegãos e eritreus se instalaram e vivem em condições insalubres, começou a ser desmantelado esta sexta-feira, sob forte aparato policial.
A evacuação do local decorreu sem incidentes aparentes, com os imigrantes a entrarem nos aproximadamente 50 autocarros destacados para os levar para centros de acolhimento fora da cidade.
Dezenas de agentes da polícia cortaram a circulação rodoviária antes de 07:00 (06:00 em Lisboa) na Avenida da Flandres, no XIX distrito da capital francesa, no âmbito da operação para desmantelar o acampamento junto à estação de metro de Riquet de onde, a 17 de agosto, já haviam sido retiradas cerca de 700 pessoas. Aliás, a operação desta sexta-feira é a mais recente de mais de 20 no último ano.
Os migrantes encontravam-se a viver em tendas e a dormir em colchões e até no próprio asfalto. Todos serão transferidos para melhores condições.
A ministra da Habitação, Emmanuelle Cosse, garantiu à Agência France-Presse que todos estes migrantes serão ajudados.
Há muitas famílias com crianças, mais do que o normal. Todos serão, obviamente, ajudados”.
Enquanto os migrantes eram retirados, a polícia vedou a zona, para evitar que outros tomem o seu lugar, como já aconteceu no passado. Para prevenir estas situações, a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, anunciou a abertura de um campo de refugiados em meados de outubro – o primeiro da capital – onde migrantes e refugiados poderão instalar-se temporariamente, antes de serem transferidos para melhores condições, evitando que milhares de pessoas acampem nas ruas.