Brexit: Theresa May diz que período de transição poderá ser alargado, UE confirma - TVI

Brexit: Theresa May diz que período de transição poderá ser alargado, UE confirma

  • SS (atualizada às 17h15)
  • 18 out 2018, 09:39

Primeira-ministra britânica frisou que essa opção só será ativada caso não seja possível fechar o acordo para a futura relação comercial a 31 de dezembro de 2020

A primeira-ministra britânica, Theresa May, não excluiu esta quinta-feira a possibilidade de aceitar uma extensão do período de transição após o ‘Brexit’, para ter mais tempo para alcançar um acordo comercial com a União Europeia.

Uma nova ideia surgiu e essa ideia, neste momento, é a opção de estender o período de transição por mais alguns meses. Mas seria mesmo só mais alguns meses”, disse à entrada para o segundo dia do Conselho Europeu, em Bruxelas.

No entanto, de acordo com a primeira-ministra britânica, essa opção só seria ativada caso não fosse possível fechar o acordo para a futura relação comercial a 31 de dezembro de 2020, dia em que termina o período de transição já acordado.

“Estamos a trabalhar para que a relação futura esteja em vigor no final de dezembro de 2020. Estou confiante que é possível fazer isso, e nessas circunstâncias, não haveria necessidade para qualquer medida deste tipo”, sublinhou Theresa May.

Os líderes europeus continuam reunidos esta quinta-feira em Bruxelas, para uma sessão de trabalhos do Conselho Europeu dedicada sobretudo às questões das migrações e da cibersegurança, seguindo-se uma cimeira do Euro, na qual participará também o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.

Donald Tusk confirma possibilidade de alargamento

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse hoje que os 27 estão dispostos a prolongar o período de transição após o ‘Brexit’, se Londres entender.

“Aceitámos a proposta britânica de um período de transição de dois anos”, disse Tusk, falando em conferência de imprensa no final da cimeira, salientando que, se Londres considerar que este período tem de ser prolongado, os 27 aceitarão.

Por seu lado, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, adiantou que “o prolongamento irá provavelmente acontecer”.

“Os 27 confirmaram querer continuar as conversações [sobre o ‘Brexit’] num espírito positivo”, adiantou Tusk, sublinhando manter a “confiança em Michel Barnier”, o negociador-chefe do bloco europeu para os termos do divórcio com o Reino Unido.

As negociações entre os 27 e o Reino Unido, sublinhou, serão retomadas “se e quando houver informação sobre progresso nas conversações” lideradas por Barnier.

Juncker reiterou que o cenário de uma saída sem acordo seria “perigoso”.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia a 27 concordaram na quarta-feira à noite, em Bruxelas, que não se registaram progressos suficientes nas negociações com o Reino Unido sobre o ‘Brexit’, mantendo-se o impasse.

O divórcio está marcado para dia 29 de março de 2019.

Costa diz que só conjugação muito má de astros impedirá acordo

O primeiro-ministro, António Costa, está em Bruxelas e considerou que só se “os astros estiverem muito mal conjugados” é que não haverá um acordo sobre o ‘Brexit’, pois é essa a vontade de todos e resta apenas "um ponto em discussão”.

Em declarações aos jornalistas no final de um Conselho Europeu centrado nas negociações com Londres sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, António Costa admitiu que a notícia que sai desta cimeira sobre o ‘Brexit’ é “assim-assim”, pois “apesar de ter havido já bons progressos na preparação do acordo de saída, não houve ainda um acordo final”.

Apesar de não ter sido possível celebrar um acordo global na cimeira que até agora era apresentada como "o momento da verdade" nas negociações em torno do 'Brexit', António Costa disse esperar um compromisso com Londres "a tempo e horas", comentando que tal perspetiva “não é uma questão de otimismo, é uma questão de realismo”, já que as negociações têm progredido e “ninguém tem interesse em que não haja acordo”.

Segundo o primeiro-ministro, desde a cimeira de Salzburgo, em setembro, já muitos dossiês foram desbloqueados e o que resta nesta “ponta final” das negociações é a questão da fronteira da Irlanda com a Irlanda do Norte, que admitiu ser “delicada e difícil”.

Neste momento já só está um ponto em discussão, portanto eu diria que era preciso que os astros estivessem muito mal conjugados para que não chegássemos a um acordo a tempo e horas”, disse.

Contudo, acrescentou, e porque “mais vale prevenir do que remediar, todos os Estados-membros e a UE estão a desenvolver planos de contingência tendo em vista responder a uma eventualidade de até às 23:00 horas do dia 29 de março de 2019 não haver um acordo”.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia a 27 concordaram na quarta-feira à noite, em Bruxelas, que não se registaram progressos suficientes nas negociações com o Reino Unido, descartando por isso, para já, o agendamento de uma nova cimeira extraordinária para novembro, como chegou a ser equacionado.

Depois de terem ouvido a primeira-ministra britânica, Theresa May, e, já sem o Reino Unido na sala, terem escutado o ponto da situação pelo chefe-negociador da UE, Michel Barnier, os líderes dos 27 concordaram que, apesar das intensas negociações, “não foram alcançados suficientes progressos” que permitam fechar em breve um acordo global com o Reino Unido para a concretização do ‘Brexit’.

Os 27 reiteraram a sua total confiança no negociador-chefe da UE e afirmaram-se prontos a convocar um novo Conselho Europeu, mas apenas “se e quando” Barnier der contas de progressos reais nas negociações com Londres que desbloqueiem o impasse a que se chegou e que inviabilizou um compromisso hoje.

A possível realização de uma nova cimeira em novembro, que chegou a ser sugerida pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi, portanto, descartada para já, pois a mesma visava formalizar um acordo caso fosse hoje constatado que o mesmo estaria próximo, mas Barnier reafirmou hoje que "é preciso tempo, muito mais tempo".

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