Três anos depois, o Brexit está a horas de ser consumado. O que vai mudar em Portugal? - TVI

Três anos depois, o Brexit está a horas de ser consumado. O que vai mudar em Portugal?

O embaixador Seixas da Costa e o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, analisaram os efeitos da saída britânica da União Europeia

Nesta sexta-feira, quando os ponteiros marcarem 23:00, o Reino Unido passa a estar fora da União Europeia. O tão polémico Brexit dá o último passo para a saída de Bruxelas.

O referendo que ditou o fim da coligação europeia foi em 2016, entretanto, demitiram-se David Cameron e Theresa May, foram convocadas duas eleições antecipadas, houve três adiamentos à saída britânica e três acordos chumbados no parlamento.

Tudo começou com uma promessa de David Cameron e termina agora, três anos depois, com a consumação do Brexit.

O embaixador Seixas da Costa não esconde que continua presente uma preocupação de fundo que assenta no impacto que a saída do Reino Unido terá para o resto da Europa.

Há uma preocupação que tem a ver com o impacto que a saída do Reino Unido tem”, realça o embaixador Seixas da Costa.

 

O embaixador lembra que os restantes membros europeus também não se encontram no melhor “estado de saúde”, o que poderá fragilizar a coligação europeia, na capacidade para trabalhar em conjunto e de ter uma posição comum. Seixas da Costa explica que este é um momento complexo para a Europa.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, garante que sempre esperou que “no final, o bom senso e a sensatez levariam a uma outra solução diferente e de manutenção” do Reino Unido na União Europeia.

Ainda assim, o responsável da CIP explica que durante todo o processo, em que o parlamento britânico não aprovava um acordo para a retirada, Portugal foi capaz de atrair 39 projetos, que equivalem a 622 milhões de euros e criaram 2400 postos de trabalho em Portugal.

Da mesma maneira que é uma ameaça é, simultaneamente, uma oportunidade”, garante António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal.

 

Seixas da Costa explica que não será fácil para União Europeia perder um dos maiores países, quer a nível militar quer como contribuinte liquido.

António Saraiva refere que o Brexit é tanto uma ameaça como uma oportunidade, mas deixa a ressalva de que é necessária alguma cautela. A própria CIP realizou um estudo, que revela os números concretos do impacto da saída britânica em Portugal.

Os sectores mais afetados no território nacional vão ser os produtos informáticos, eletrónicos e óticos; equipamentos elétricos; veículos automóveis, reboques e semirreboques; viagens e turismo, que estão classificados com risco elevado.

Esta sexta-feira, às 23:00 portuguesas e britânicas, a União Europeia rompe com a tendência crescente e passa de 28 para 27 estados-membros. A saída do Reino Unido, o Brexit, ficará assim consumado, contrariando o sonho do britânico Winston Churchill que um dia teorizou sobre a ideia de uns Estados Unidos da Europa

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